quinta-feira, 8 de agosto de 2013

PT vê menção a Serra como combustível para CPI

299187-970x600-1O PT avalia como combustível para a instalação imediata de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara o fato de o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) ter sugerido um acordo à multinacional alemã Siemens para evitar o travamento de uma licitação para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), como revelou a Folha.
“Está demonstrada a participação de agentes públicos. Isso mostra a urgência de instalação de uma CPI”, disse o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), designado pela liderança petista na Câmara como articulador da coleta das 171 assinaturas necessárias para a criação da comissão de inquérito. Ele afirma que a coleta começará hoje, mas que o grosso das assinaturas deverá vir na próxima terça-feira, quando a Câmara estará mais cheia.
A mensagem relata uma conversa que um diretor da Siemens, Nelson Branco Marchetti, diz ter mantido com Serra e seu secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, durante congresso do setor ferroviário em Amsterdã, na Holanda.
Teixeira afirma ver indícios de crime por parte de José Serra, embora o conteúdo do e-mail não indique que o tucano sabia da existência de um cartel.
“Na minha avaliação, está caracterizada fraude a licitação”, afirma o deputado, em relação ao fato de o tucano ter sugerido que a Siemens poderia ser subcontratada pela concorrente CAF, que já havia apresentado preço mais baixo para o fornecimento de 40 trens para a CPTM.
O petista diz que o esforço central do partido, rival histórico de Serra, será conseguir as assinaturas para a CPI. Ele descarta, nesse primeiro momento, tentar a convocação de Serra ou de executivos da Siemens em comissões específicas da Casa.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde o governo tucano tem ampla maioria, o líder do PT na assembleia, deputado Luiz Claudio Marcolino, afirmou que a citação do ex-governador José Serra (PSDB) mostra a necessidade da instalação de uma CPI.
“Com o envolvimento no nome do Serra, a suspeita sai da esfera apenas de funcionários da administração pública e vai para a esfera política, o que deve ser alvo de uma investigação dos deputados”, afirmou.
O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), contudo, entende que, caso haja uma conexão temática com alguma das comissões permanentes da Câmara, é necessário, sim, que o partido defenda a convocação de Serra e de executivos da Siemens.
“Se tiver acho que é necessário, até porque envolve uma questão mais grave do que o simples fato de haver um esquema de cartel, que é a existência de empresas estrangeiras promovendo a corrupção dentro do Brasil”, disse.
Ao lado de Candido Vaccarezza (PT-SP), Berzoini defendeu que Serra tenha todo o direito de defesa garantido, e afirmou tratar o caso com cautela.
“Sempre sou cauteloso com qualquer notícia desse tipo, porque é preciso sempre preservar o direito de defesa. Mas os elementos são muito contundentes, eu acho que existe uma necessidade de haver uma apuração rigorosa para saber exatamente o que aconteceu”, disse Berzoini.
Para Vaccarezza, é preciso garantir “amplo direito de defesa e apurar os fatos com rigor, sem nenhuma condenação a priori”.

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