terça-feira, 9 de julho de 2013

Pai e filho acampados em frente a delegacia e com medo de morrer por serem suspeitos de crime

Reginaldo Soares da Silva e o filho, Francinaldo, buscam proteção na delegacia. Foto: José Aldenir
Reginaldo Soares da Silva e o filho, Francinaldo, buscam proteção na delegacia. Foto: José Aldenir
Na frente da delegacia de plantão da zona Sul, em Candelária, duas humildes figuras passam despercebidas de quem por ali transita. Reginaldo Soares da Silva, 78 anos, e Francinaldo Bezerra do Nascimento, 23, são pai e filho que buscaram segurança, frente às ameaças que vêm sofrendo, desde que foram indicados como suspeitos de um caso de estupro e assassinato em Mãe Luiza.
O crime aconteceu no dia 24 de junho deste ano, quando o corpo de Janiele Medeiros da Silva, 13, foi encontrado nu, com as mãos e pés amarrados, e marcas de violência na cabeça, como constatou a perícia do ITEP. O Instituto Técnico-Científico de Polícia do RN, também revelou que ela sofreu abuso sexual antes de ser morta.
O suspeito afirmou que de acordo com a polícia, Reginaldo Soares foi identificado como a pessoa que estava acompanhando a adolescente na noite anterior. Porém segundo o senhor de 78 anos, um policial da 4ª DP, identificado por ele como Paulo, veio sozinho numa viatura e o chamou para ir até a delegacia, chegando lá ele fez algumas perguntas e tirou uma fotografia dele. Mais tarde o mesmo investigador o levou de volta para a DP, dessa vez como suspeito, para fazer os devidos exames, porém sem provas mais concretas ele foi liberado.
Outra suspeita é de que o tio e a mãe da vítima tivessem uma rixa com o Reginaldo, entretanto em entrevista ele nega essa hipótese, afirmando que não era íntimo da família, e os conhecia só de vista.
O chefe de investigação da 4ª DP, Paulo Macedo, negou que tivesse levado a imagem dele para a família, ele disse ter ido até Francinaldo depois que a família acusou o guardador de carro, pois segundo os familiares ele teria feito isso devido à briga com o tio da vítima. Na ocasião, o desentendimento foi gerado por questões de trabalho.
O vigia disse nunca ter falado com a menina, e a conhecia apenas de passagem. Depois de liberado, as ameaças começaram a surgir, a família da vítima sentindo-se desamparada pela justiça, se puseram a ameaçar de morte o suspeito do crime. Por isso, há dezoito dias ele acampa na frente da delegacia de plantão, localizada em Candelária.
Ele afirma não saber de onde vêm as acusações, nem a motivação delas. Com os olhos úmidos de lágrimas, ele diz ter medo das ameaças contra a sua vida, mas sem perder a esperança de uma saída de sua situação. “Eu queria que as autoridades, primeiramente Deus, olhasse para a gente”.
Na rua eles vivem de doações de alimentos dos próprios policiais, e de alguns populares sensibilizados com a história da dupla. Eles comem quando podem, tomam banho quando é possível, e dormem o mínimo, pois dormindo na rua, em um caso como esse, sempre há o risco de não acordar.
Reginaldo afirma não saber de onde vêm as acusações, nem a motivação delas. Foto: José Aldenir
Reginaldo afirma não saber de onde vêm as acusações, nem a motivação delas. Foto: José Aldenir
Enquanto isso na casa onde moravam em Areia Branca, todos seus móveis foram queimados em represália, segundo informou Francisco. Ele ainda afirma que foi agredido pela família, e na noite de ontem (08), algumas pessoas jogaram pedras em seu filho Francinaldo Bezerra enquanto elas passavam no ônibus.
Enquanto seu Francisco espera a confirmação de sua inocência, ele promete não sair de onde está. Diz não ter nenhum parente, nem aqui nem no interior do estado. Afirmando não ter para onde ir, a única certeza é de saber para onde não ir: mesmo inocentado do crime, ele não voltará mais para Mãe Luiza.
Como foi noticiado na época do crime, a delegada responsável pelo caso, disse que a família da vítima informou que a garota era usuária de drogas, e não sabiam como ela sustentava o vício.
A investigação segue em andamento pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, conjunta com a Delegacia de Homicídios, e a 4ª DP localizada em Mãe Luiza.

fonte:JHRN

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