sexta-feira, 15 de junho de 2012

PROTESTO EM BELO MONTE

Ativistas invadem canteiro de obras de Belo Monte


Ativistas ambientais que participam de um evento contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu (oeste do Pará), invadiram uma área do canteiro de obras da usina na manhã desta sexta-feira (15).
O CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) afirma que o local invadido, uma ensecadeira (barragem provisória para interromper o curso do rio) no sítio Belo Monte, atualmente não está em obras. Por isso, diz a empresa, a ação não interrompeu o andamento dos trabalhos.
As obras seguem normalmente nos cinco canteiros, dos quais o sítio Belo Monte é o principal. O CCBM informou, no final da tarde desta sexta-feira, ter obtido na Justiça ordem de reintegração de posse da área invadida, e que um oficial estava a caminho do local para cumprir a determinação.
O Movimento Xingu Vivo, que organiza a ação, afirma que 300 pessoas participam do protesto. O consórcio diz que são cerca de 50.
O ato faz parte da conferência Xingu +23, evento paralelo à Rio+20 organizado pelo Xingu Vivo com o objetivo de protestar contra Belo Monte.
Os ativistas, entre índios mundurucu e juruna e moradores de Altamira, chegaram ao local pela estrada, às 5h. Não houve confronto. O ator Sérgio Marone participa do ato.
"É importante mostrar que o que for feito aqui em Belo Monte deve servir de exemplo para que o Brasil repense sua política de produção de energia. Hidrelétricas como Belo Monte não podem ser consideradas como energia limpa", disse o ator.
Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress
Marone já havia participado de audiência pública em Altamira nesta quinta-feira (14), onde ouviu relatos de moradores sobre os impactos da usina.
À noite, acampou com os participantes do Xingu +23 e hoje se dirigiu ao local do ato com os demais participantes.
PÁS E PICARETAS
Os manifestantes usaram picaretas, pás e enxadas para cavar uma fenda no meio da ensecadeira (veja foto abaixo), por onde as águas do rio Xingu voltaram a correr em uma espécie de córrego.
Segundo os manifestantes, foi um ato simbólico para sugerir que a barragem de Belo Monte não deve interromper o fluxo do rio Xingu.
O grupo também plantou cerca de 500 mudas de açaí na entrada da área ocupada, de forma a evitar a entrada de pessoas estranhas ao protesto. Fixaram cruzes brancas de madeira no chão para representar "a morte que a usina de Belo Monte simboliza para ribeirinhos, pescadores, agricultores e indígenas do Xingu", afirmou o movimento em nota.
À tarde, os ativistas começaram a erguer barracões de lona que servirão como acampamento na área da ensecadeira.
De acordo com nota enviada pela organização do movimento, os manifestantes devem permanecer no local por tempo indeterminado.
A Norte Energia, empresa responsável por Belo Monte, já havia obtido nesta semana decisão judicial que proibiu integrantes do Xingu Vivo de transitar no local onde é realizada a conferência Xingu +23.

Atossa Soltani/Efe
Manifestantes em área do canteiro de obras de Belo Monte em protesto contra a construção da usina
Manifestantes em área do canteiro de obras de Belo Monte em protesto contra a construção da usina. FONTE: FOLHA.COM         

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