presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que o Brasil pode ter sido a escolha errada como país-sede da Copa do Mundo de 2014 se o torneio for afetado por protestos sociais semelhantes aos que aconteceram no mês passado, durante a da Copa das Confederações.
Blatter disse à agência de notícias alemã DPA que, se os protestos acontecerem novamente, podem questionar se tomaram a decisão errada ao dar os direitos de sede ao Brasil.
Questionada pela Folha, a assessoria de imprensa da Fifa respondeu que a frase completa de Blatter sorbe as manifestações foi: "Se isso acontecer novamente em 2014 nós podemos questionar se nós tomamos a decisão certa ao conceder o direito ao Brasil. Porém, isso não irá acontecer. Estou confiante de que o Brasil irá realizar uma grande Copa do Mundo. É o lugar certo. No entanto, eu irei discutir isto e outros assuntos com a presidente Dilma Rousseff em setembro".
Centenas de milhares de brasileiros saíram às ruas durante o torneio preparatório para a Copa, em junho passado, exigindo melhores serviços públicos e questionando os custos para sediar a Copa do Mundo.
Após a Copa das Confederações, a Fifa falou com o governo brasileiro sobre as manifestações. Blatter diz que, agora, está ciente de que no próximo ano a Copa do Mundo não deveria ser atrapalhada. O presidente da Fifa ainda disse que vai discutir o assunto com a presidente Dilma Rousseff, em setembro, no Brasil.
POLÊMICA
Durante entrevista após o título do Brasil, no último dia 30, o técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari, se recusou a responder uma pergunta sobre os protestos populares pelo país durante a Copa das Confederações.
Um repórter perguntou em inglês sobre o tema, e Felipão fechou o semblante e foi seco. "Não. Essa não é minha área. Não posso falar nada", disse o técnico.
Yasuyoshi Chiba - 15.jun.2013/AFP | ||
A presidente Dilma Rousseff (dir.) observa discurso do presidente da Fifa, Joseph Blatter, na abertura da Copa das Confederações; os dois foram vaiados |
MUDANÇA
O presidente da Fifa também afirmou nesta quarta-feira que a Copa do Mundo do Qatar, em 2022, deve ser realizada no inverno do país, entre janeiro e março, para fugir do forte calor do verão, e admitiu que discutirá o assunto em reunião da entidade máxima do futebol.
"Temos que proteger os jogadores. Na próxima reunião do Comitê Executivo da Fifa, em outubro, adotaremos esta decisão. Tenho certeza que os membros do Comitê Executivo não me deixarão na mão", disse Blatter em entrevista ao site do jornal alemão "Bild".
O dirigente ainda argumentou que a competição deve ser uma "festa popular", assim, mesmo que os estádios sejam climatizados, não há como diminuir a temperatura em todo o país.
Blatter não deu detalhes de como essa mudança deve acontecer. Sem não tiver alterações até 2022, a Copa do Mundo será disputada em junho ou julho, no fim da primavera e início do verão do Qatar.
Em maio, Blatter disse considerar "irracional" jogar o Mundial no calor escaldante do país, onde a temperatura pode superar os 40º graus nos meses de verão. Sem citar nomes, o presidente da Fifa comentou que os eleitores foram influenciados pela pressão em levar a Copa do Mundo para o Oriente Médio pela primeira vez.
O Qatar, por sua vez, está se apressando em desenvolver uma tecnologia de refrigeração eficiente e alimentada por energia solar, para instalar em seus estádios e poder fazer frente ao forte verão do Oriente Médio durante a Copa de 2022.
DO FOLHA.COM
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