Aos 76 anos, Luis Fernando Verissimo não tem pressa, anda devagar, mas com passos bem firmes. Depois de duas internações - a primeira, em novembro de 2012, por conta de uma infecção generalizada; e a segunda, em março deste ano, causada por um problema cardíaco -, o cronista gaúcho esbanja vigor criativo e muita lucidez para palpitar sobre vários temas: desde a produção literária até política, passando por futebol, vida e morte. Convidado para dar uma palestra na semana passada, em Brasília, o escritor subiu as escadas do auditório do Museu Nacional, sentou-se em local reservado para ele, o de homenageado daquela tarde, e ouviu as apresentações, mais longas que o próprio texto que preparou para a ocasião. Com sua famosa timidez, diz não ter o dom da oratória: “Quando falo em público, não sei quem sofre mais, se sou eu ou se é o público”. Não é preciso muito tempo, porém, para ganhar a simpatia da plateia, com tiradas leves e bem-humoradas.
Verissimo é um dos escritores mais vendidos no país, mas não se envaidece do feito, mesmo concorrendo com o imediatismo da internet e com best-sellers internacionais. “Eu estou muito desatualizado com a literatura de um modo geral. Tenho lido pouco ficção. Leio muito os antigos, releio às vezes, mas todos são mais velhos que eu e já morreram. Tenho lido muita coisa de economia, história", confessa o autor de sucessos, como Comédias da vida privada e Clube dos anjos.
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"Quando falo em público, não sei quem sofre mais, se sou eu ou se é o público" |
Verissimo é um dos escritores mais vendidos no país, mas não se envaidece do feito, mesmo concorrendo com o imediatismo da internet e com best-sellers internacionais. “Eu estou muito desatualizado com a literatura de um modo geral. Tenho lido pouco ficção. Leio muito os antigos, releio às vezes, mas todos são mais velhos que eu e já morreram. Tenho lido muita coisa de economia, história", confessa o autor de sucessos, como Comédias da vida privada e Clube dos anjos.
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Internação, vida e morte
"Durante a internação, eu tive várias alucinações. Quase morri. Mas quando eu estava na UTI, não sabia de nada disso. Eu estava fora do ar, então, a única pessoa que não estava se preocupando com a minha saúde era eu. Mas depois de um episódio desses, a gente se sente mais vulnerável, reflete a respeito da morte e da finitude humana. A morte é uma sacanagem. Mas o que a gente vai fazer? Ela é inevitável. Continuo a fazer o que eu fazia. Escrevo para vários jornais e, agora, em outubro, vai sair um livro meu de contos pela editora Objetiva. São 10contos, alguns inéditos e outros já publicados. E continuo com fôlego para tocar sax. A banda está ativa."
Literatura e internet
“Nós temos uma minoria de pessoas que tem capacidade de comprar livros, consumir literatura e cultura em geral. E, mesmo assim, nós temos um mercado editorial forte e bastante ativo. O mercado é pequeno, mas está sobrevivendo. Comigo, o livro eletrônico não vai tomar o lugar do impresso. Não vou sucumbir. Mas acho que o caminho no futuro é esse, livro eletrônico, tablets, essas coisas todas. Isso é inevitável. Quem gosta muito de livro, do objeto, do cheiro, sente prazer com o livro, não gosta muito dessa mudança. E a gente acaba sendo chamado de velho, que pensa como velho."
"Durante a internação, eu tive várias alucinações. Quase morri. Mas quando eu estava na UTI, não sabia de nada disso. Eu estava fora do ar, então, a única pessoa que não estava se preocupando com a minha saúde era eu. Mas depois de um episódio desses, a gente se sente mais vulnerável, reflete a respeito da morte e da finitude humana. A morte é uma sacanagem. Mas o que a gente vai fazer? Ela é inevitável. Continuo a fazer o que eu fazia. Escrevo para vários jornais e, agora, em outubro, vai sair um livro meu de contos pela editora Objetiva. São 10contos, alguns inéditos e outros já publicados. E continuo com fôlego para tocar sax. A banda está ativa."
Literatura e internet
“Nós temos uma minoria de pessoas que tem capacidade de comprar livros, consumir literatura e cultura em geral. E, mesmo assim, nós temos um mercado editorial forte e bastante ativo. O mercado é pequeno, mas está sobrevivendo. Comigo, o livro eletrônico não vai tomar o lugar do impresso. Não vou sucumbir. Mas acho que o caminho no futuro é esse, livro eletrônico, tablets, essas coisas todas. Isso é inevitável. Quem gosta muito de livro, do objeto, do cheiro, sente prazer com o livro, não gosta muito dessa mudança. E a gente acaba sendo chamado de velho, que pensa como velho."
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