sábado, 13 de setembro de 2014

O elo entre o mensalão e a propina da Petrobras


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O advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, de 44 anos, ex-braço direito do doleiro Alberto Youssef, deu um depoimento à Justiça Federal de Curitiba. ÉPOCA teve acesso com exclusividade um vídeo com trechos do depoimento, prestado em 29 de agosto. No vídeo, Carlos Alberto narra a atuação de Youssef em dois momentos: durante o mensalão, em 2005, e durante o pagamento de propina em troca de negócios da Petrobras, em 2013 – o escândalo de R$ 10 bilhões investigado pela operação Lava Jato. Assim, o depoimento de Carlos Alberto confirma qual é o elo perdido entre os dois escândalos — e ele se chama Alberto Youssef.
O Ministério Público Federal já havia denunciado Youssef, em julho passado, por lavar dinheiro do mensalão do PT. De acordo com a acusação, o doleiro deu aparência legal a R$ 1,1 milhão dos R$ 4,1 milhões que o então deputado José Janene, do PP do Paraná, morto tem 2010, recebeu do esquema petista. Diante do juiz federal Sérgio Moro, Carlos Alberto confirmou a operação de lavagem: “Quem cuidava do caixa dois do senhor José Janene era seu Alberto Youssef”. Na época do mensalão, em 2005, Carlos Alberto aparecia como sócio de uma empresa de consultoria, a CSA Project Finance Consultoria, sediada em São Paulo. A CSA foi usada pelo doleiro para lavar o dinheiro recebido por Janene.
Em 22 de agosto, alguns dias antes de falar à Justiça, Carlos Alberto havia prestado depoimento à Polícia Federal no qual afirmou que funcionários da Petros, o fundo de pensão da Petrobras, receberam propina em troca de um investimento de R$ 13 milhões do fundo na empresa Indústrias Metais do Vale, no final de 2005. Essa mesma empresa recebeu dinheiro do deputado Janene. Procurada, a Petros disse que não teve acesso à investigação da Justiça Federal e, portanto, não iria se pronunciar sobre o assunto.

do RP

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