terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Camelódromo do Alecrim tem novas instalações elétricas, mas a estrutura permanece precária, a exemplo dos banheiros


Banheiros estão completamente deteriorados. Piso e cobertura também estão com vários problemas

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Marcelo Lima
Repórter
O camelódromo do Alecrim recebeu novas instalações elétricas no final de 2014, mas as condições gerais continuam as mesmas: quente, apertado, piso antigo e banheiros impraticáveis. Na verdade, os banheiros são os primeiros da lista de reclamações de quem trabalha no local.
O banheiro masculino não possui porta nem no espaço destinado aos vasos sanitário, que, aliás, estavam entupidos e transbordavam de fezes hoje pela manhã. Os vasos também não tinham descargas tampouco assentos. O mau cheiro ultrapassa os limites do banheiro e chega até uma lanchonete próxima.
No banheiro feminino, a situação não é muito diferente. Logo na entrada, o piso também está quebrado. A única pia para lavar as mãos, localizada num ambiente de uso comum, está com o encanamento quebrado. Detalhe: lavar as mãos não passa de forma de expressão para os usuários desses banheiros, pois o único elemento disponível é a água. A arquitetura também não tem nenhum sinal de obediência às normas de acessibilidade universal.
Essa deficiência é um transtorno para os clientes em potencial, mas é uma tormenta mesmo para quem trabalha no camelódromo, como a vendedora Neide Carla da Silva, de 42 anos. Trabalhando há cinco anos num box que vende roupas, ir ao banheiro e não suportar a imundície do ambiente não foi o único vexame que passou.
“Tem dias que eles fecham muito cedo os banheiros. Às vezes dá quatro e meia da tarde cinco horas já passam a chave e a gente vai se estourando pra casa”, contou. Quando a fila está grande ou quando as condições impedem qualquer tipo de necessidade fisiológica, muitas mulheres recorrem a um shopping que fica na avenida dez. Como Neide não é permissionário do box, não tem essa regalia. “Pra gente que fica sozinha em uma banca é mais difícil para procurar outro lugar”, falou.
Segundo trabalhadoras do camelódromo, pessoal de uma empresa terceirizada faz a limpeza duas vezes ao dia – pela manhã e à tarde. “Tem gente que chega aqui de mau humor e não quer fazer o trabalho direito. Acho que se a pessoa não quer trabalhar com isso, tem que deixar o emprego para outra pessoa que queira fazer”, reclamou Neide.
Quem também já ficou calejada com a situação foi a permissionária Renata Farias de 25 anos. Ela começou a frequentar o camelódromo há 15 anos, acompanhada da mãe. Em todo esse tempo, a jovem diz nunca ter visto grandes mudanças estruturais. “Quando eu cheguei aqui era só areia, aí colocaram o piso que já está todo quebrado. Está tudo quase do mesmo jeito ou pior. Há 15 anos eu vejo falar em reforma e nada”, disse.
Conforme Renata, o banheiro feminino tem um vaso sanitário que está entupido há pelo menos cinco anos e também não possui descarga. Outra reclamação que é feita por quem trabalha no local é o calor. Embora a maioria dos corredores tenha ventiladores, alguns estão quebrados há vários anos. As portas metálicas do camelódromo também são antigas e estão danificadas de acordo com a vendedora Neide Silva.
No final do ano passado, a Prefeitura de Natal começou uma pequena reforma para implantar novas instalações elétricas, hidráulicas e pintura. Além do camelódromo do Alecrim, o Mercado do Peixe, no bairro das Rocas, e o camelódromo do centro da cidade também seriam beneficiados.
O valor do contrato para a realização desses reparos foi de R$ 244.586 mil sob responsabilidade da Taldi Engenharia, vencedora de licitação. Pelo menos no camelódromo do Alecrim, as instalações hidráulicas dos banheiros continuam como o principal alvo de reclamações. Das instalações elétricas, ninguém reclamou, apesar de haver ventiladores com fiação exposta.
Entramos em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), pasta responsável pela administração do espaço público de comércio. Segundo o órgão, não há reforma ampla prevista para o local nos próximos meses.
JHRN

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