
Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da petrolífera caíram 11,21%, cotados a R$ 9,03, chegando à mínima de R$ 8,95. Já os ordinários tiveram desvalorização de10,48%, a R$ 8,63, tendo chegado à mínima de R$ 8,46. Em valor de mercado, a queda representou uma evaporação de R$ 13,7 bilhões no capital da companhia, que vale agora R$ 114,8 bilhões. O recuo foi uma reação direta à frustração dos investidores com o fato de a Petrobras deixar de informar a baixa contábil em seu balanço.
— Trata-se de um balanço de ficção, um rito que a companhia precisava cumprir para que credores não pedissem a antecipação dos pagamentos. Não deve ser levado a sério. A empresa simplesmente ainda não sabe como calcular as baixas contábeis. Isso até é lícito, dada a complexidade da companhia. Mas ela deveria ter feito uma estimativa, pois ela sabe muito bem em quais projetos houve corrupção — disse Álvaro Bandeira, da Órama.
O analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, lembra que os agentes do mercado financeiro esperavam que essas baixas contábeis — ajustes no balanço para compensar o valor pago a mais devido ao esquema de corrupção na estatal — fosse publicados junto com as demonstrações financeiras não auditadas que foram divulgadas nessa madrugada.
“Do ponto de vista patrimonial, de estrutura de ativos, essa peça contábil não tem efeito prático nenhum, dado que o mercado continuará especulando o tamanho da baixa, e, adicionalmente, sem o parecer dos auditores fica a duvida sobre a confiabilidade da demonstração financeira”, afirmou, em relatório enviado a clientes.
Para Barbosa, a empresa não tem “total domínio” da situação e por isso a ausência do ajuste contábil. A companhia informou que só irá divulgar esse dado após consulta à Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM americana).
Além da Petrobras, contribuíram para a queda da Bolsa o desempenho ruim dos bancos no pregão. O Banco do Brasil caiu 4,30%, enquanto o Bradesco apresentou baixa de 2,39%. O Itaú Unibanco caiu 2,04%. Também registram queda acentuada a Braskem (2,62%) e a JBS (3,45%).
fonte: O globo
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