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Um homem e uma mulher tiveram prisão temporária decretada na tarde de ontem por suspeita de envolvimento no assassinato do advogado Antônio Carlos Souza de Oliveira, 41. O casal foi ouvido pela Polícia Civil durante toda tarde de ontem na Delegacia de Homicídios ( Dehom). De acordo com o secretário estadual de Segurança, Aldair da Rocha, eles teriam confessado a participação no assassinato do criminalista, ocorrido no dia 9 de maio. O casal é proprietário do veículo identificado no dia e local do crime, um Fiat Doblò de cor prata.
A prisão teria ocorrido na noite de terça-feira (28), na divisa dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, pelo delegado Roberto Andrade e equipe da Dehom. Já no início da manhã de ontem, o secretário de segurança e o delegado geral, Ricardo Sérgio, chegaram a dar o caso como elucidado, mas o delegado que preside o inquérito, Roberto Andrade, afirmou que as investigações continuam e que ainda há pelo menos mais três mandados de prisão a serem cumpridos. “Estamos em diligência e as investigações prosseguem. Não temos essa confissão ainda”, disse. Andrade chegou a questionar o teor da confissões anunciada pela cúpula da segurança do Estado. Em função disso, a Polícia Civil afirmou que a motivação do crime, assim como outros detalhes, só seriam divulgada após prisão e oitiva dessas outras pessoas.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Sérgio Freire, também esteve na Dehom na tarde de ontem. Ele teve acesso superficial ao depoimento que, segundo ele identificou, não era possível concluir se há ligação, ou não, do casal com o crime. Sérgio Freire está acompanhando as investigações de perto, através de uma comissão formada especialmente por representantes da OAB-RN.
“Estamos à disposição para o que for necessário para ajudar na elucidação desse crime”, disse ele. O casal, que não foi identificado, foi transferido ainda na noite de ontem para o centro de triagem localizado no Conjunto Pirangi, após realização dos exames de corpo de delito no Itep-RN.
Memória
O criminalista foi executado a tiros no dia 9 de maio, em um bar no bairro Nazaré, zona Oeste de Natal. Dois homens seguiram o advogado dentro do bar, no momento em que ele ia ao banheiro. Após efetuarem os disparos à queima roupa, os criminosos deixaram o bar em um carro que estava estacionado fora do estabelecimento.
Dias após o crime, o delegado Roberto Andrade, adiantou que a principal vertente investigativa dava conta de que uma insatisfação de um cliente teria motivado a morte do advogado. O advogado Daniel Pessoa também corroborou esses indícios. Pessoa faz parte da comissão da OAB designada para acompanhar as apurações do caso.
Outra vertente não descartada pelos investigadores foi a de crime passional. De acordo com Roberto Andrade, há indícios de que o advogado Antônio Carlos tinha envolvimentos com parentes de criminosos. Isso poderia ter gerado insatisfação por parte de algum deles. A polícia não descarta nenhuma hipótese.