Sob o argumento de que "o Estado é laico, mas a política não", o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no Rio, rebate os críticos de manifestações religiosas no Congresso. "O povo não é laico", afirma.
Em reação à simulação da crucificação de uma transexual na Parada Gay de São Paulo (dia 7) e a manifestações de sexo explícito com imagens sagradas, parlamentares liderados pela bancada evangélica interromperam a votação da reforma política nesta quarta-feira (10) exibindo cartazes com essas imagens. Ao final, rezaram um Pai-Nosso.
Leia, abaixo, entrevista com Malafaia. Para opinião contrária, leia entrevista com Daniel Sottomaior, fundador e presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos.
As manifestações dos deputados foram uma afronta ao Estado laico?
As pessoas fazem confusão. O Estado laico significa que o governo é laico, a política não é. Os políticos representam interesses do povo, seja ele ateu, evangélico, católico, anarquista... O povo não é laico.
Esse tipo de comportamento não fomenta a homofobia?
Opinião não é homofobia. Tem um monte de manifestações no plenário em apoio ao ativismo gay e ninguém fala nada. Atacar símbolo religioso é crime, artigo 208. Os deputados não estavam condenando só a parada gay, mas a pouca vergonha que fazem na rua. Se falar disso aumenta a homofobia, pode acabar com todos os filmes violentos da televisão, porque aumenta a chance de as pessoas saírem por aí dando tiro.
O sr. fala em ativismo gay no Congresso. Acha legítimo?
Acho. Não é porque sou contra que não acho legítimo. Não sou a favor da mordaça ao ativismo gay. Mas eles não dão moleza para ninguém que fala deles. Eu também não vou dar.
Fonte: Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário