quinta-feira, 29 de outubro de 2015

POLÊMICA NO APITO: Eurico Miranda é só advertido, e STJD pede investigação de sorteios de arbitragem


48832928-eurico-mirandaEurico Miranda foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nesta quinta-feira (29), após julgamento no Rio de Janeiro. O presidente do Vasco ganhou apenas uma advertência formal do Tribunal, que ainda pediu investigação nos sorteios de arbitragem da CBF.
Eurico havia sido enquadrado nos artigos 243-D e 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva por ato de desrespeito à equipe de arbitragem. Além de ofender Delfim Peixoto, vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, e Sérgio Corrêa, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.
A pena máxima para o presidente vascaíno era de 180 dias de suspensão. A mínima, de 15. Mas ele foi absolvido no 243-D e advertido no 258, escapando ileso de qualquer punição mais severa.
Durante o julgamento, o próprio Eurico sustentou a maior parte de sua defesa e protagonizou discurso acalorado, no qual reafirmou suas críticas e denúncias contra Peixoto, Del Nero e Corrêa. O advogado do Vasco, então, completou a defesa numa fala que não durou nem dez minutos.
STJD pede investigação de sorteios de arbitragem da CBF
O relator do processo, Rodrigo Raposo, justificou a absolvição no artigo 243-D e a advertência no 258. “Quando o Dr. Eurico Miranda fala ‘Guerra sem quartel’, não vejo qualquer indício de ódio ou incitação a violência. Voto pela absolvição no artigo 243-D. O direito de livre manifestação deve ser preservado, mas exercido do modo correto e ponderado. Creio que houve um certo exagero do réu, um pequeno deslize. Então voto pela pena de advertência”, afirmou o relator.
Após ouvir Eurico reiterar suas denúncias contra a comissão de arbitragem e a cúpula da CBF, a Procuradoria pediu investigação do Tribunal sobre o sorteio dos árbitros.
“Peço que se registrem nos autos uma solicitação da Procuradoria que se investigue os sorteios de arbitragem, como relatado pelo doutor Eurico. Se a CBF não tomou a iniciativa, cabe a este Tribunal buscar a verdade neste caso”, afirmou Alessandro Kishino.
“Mais do que o sorteio, precisamos investigar o pré-sorteio. O sorteio eles fazem bonitinho, com TV e tal. Mas como eles escolhem os nomes que participam? Sempre os mesmos. Não dá para entender. Fiz apenas uma denúncia. Agora vou acompanhar de longe. Espero que investiguem”, disse Eurico Miranda.
Entenda a polêmica
Eurico protagonizou polêmica contra a Comissão de Arbitragem da CBF e contra o presidente licenciado da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, após o empate do Vasco por 1 a 1 contra a Chapecoense, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Na ocasião, o Vasco levou o gol de empate no fim do jogo contra a Chapecoense após pênalti marcado sobre o zagueiro Rodrigo. O cartola então acusou a arbitragem do jogo de má-fé e o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, de negligência com os erros dos juízes no Brasileirão.
Eurico afirmou ainda que Delfim Peixoto, que também é vice-presidente da CBF, visitava os vestiários dos árbitros pedindo o favorecimento dos times de Santa Catarina, em troca de promessas e favores na entidade máxima do futebol nacional.
O vice da CBF rebateu as acusações de Eurico, desafiando o presidente do Vasco a provar suas denúncias. Na réplica, Peixoto exaltou-se e também foi julgado pelo STJD, mais cedo, nesta quinta. Assim como o desafeto Eurico Miranda, recebeu advertência formal do Tribunal.


Folha Press
Blog do BG

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