BRASÍLIA - Embora trabalhe em busca do apoio do PSDB e do PSB para candidatura ao governo do Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), garante que no âmbito nacional o palanque será dado apenas à presidente Dilma Rousseff (PT).
Alves lançou na sexta-feira, 28, sua pré-candidatura ao governo do Estado e acredita que fechará uma chapa para o Senado com a presidente estadual do PSB, Wilma de Faria, e terá como aliado na disputa para um vaga à Câmara, Rogério Marinho, do PSDB. A vice deve ficar com o deputado federal, João Maia (PR).
Essa composição, no entanto, corre o risco de ser barrada pelas cúpulas nacionais dos socialistas e dos tucanos, uma vez que o PSB deverá ter como candidato à Presidência da República o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o PSDB, o senador Aécio Neves (MG).
O impasse ocorre porque no âmbito nacional Henrique Alves deverá fazer campanha apenas para a presidente Dilma, que tem como vice o presidente nacional do PMDB, Michel Temer.
"Vamos fazer campanha de Dilma e Michel, sem dúvida. Mas cada um vai ter o seu espaço, a realidade estadual supera isso", afirmou Alves. "A coligação que for composta para a minha candidatura também servirá para a Wilma, que terá um tempo de TV livre para usar como quiser, o que pode incluir a participação do Eduardo Campos", acrescentou.
O PT estadual do Rio Grande Norte também deve abrir palanque para a candidatura à reeleição de Dilma, mas deverá ser adversário do PMDB uma vez que pretende lançar um nome para a disputa local.
"O PT se isolou muito. Deve ter coligação de um ou três partidos. Se isolou porque só queria fazer aliança com integrantes da base da Dilma", afirmou Henrique Alves. Segundo ele, deverá contar com um arco de aliança de até dez partidos. Apesar de não contar com o apoio formal da atual governadora, Rosalba Ciarlini (DEM), o peemedebista acredita que contará com a participação na campanha do presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN).
"O líder estadual José Agripino pode individualmente nos apoiar. O DEM não, porque está contaminado pelos desgastes do governo da Rosalba. Mas o Agripino, que está praticamente rompido com ela, pode declarar apoio a nossa candidatura", considerou o presidente da Câmara.
Para o deputado, a campanha não vai atrapalhar a condução das atividades legislativas na Câmara no período eleitoral. "Não há dificuldades nisso. Até porque a campanha eleitoral vai começar após a Copa do Mundo. Vamos fazer eventos no Estado para coletar dados para o programa de governo, até lá devo percorrer, nos finais de semana, os municípios e após as convenções vamos fazer a campanha que vai coincidir com o recesso de julho", justificou. "Além disso, a Câmara, como sempre faz, vai alternar as semanas de atividades e por isso não será incompatível".
DO ESTADÃO
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