A Polícia Militar informou, ás 16h, que cerca de 200 pessoas participavam da Marcha da Família.Manifestantes se reuniram em São Paulo na tarde deste sábado (22), na Praça da República, para realizar uma nova versão da "A Marcha da Família com Deus pela Liberdade". O grupo pretende relembrar a marcha anticomunista e de apoio ao golpe militar realizada há 50 anos em 19 de março de 1964.
Os manifestantes pretendem seguir da República até a Praça da Sé. A Polícia Militar informou que adotará esquema específico de segurança. A CET informou que vai monitorar o trânsito na região da Praça da República a partir das 15h.
A marcha é realizada poucos dias antes dos 50 anos do golpe militar, completados no dia 1º de abril. Os organizadores do evento pedem uma intervenção militar para retirar do poder os políticos corruptos, moralizar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, promover valores morais e então convocar novas eleições apenas para “fichas limpas”.
Pouco antes da marcha começar a caminhada, um homem foi hostilizado pelos manifestantes. Aos gritos de "Fora petista", ele foi retirado da concentração.
Pouco antes da marcha começar a caminhada, um homem foi hostilizado pelos manifestantes. Aos gritos de "Fora petista", ele foi retirado da concentração.
Mais cedo, um fotógrafo independente foi agredido. Outros fotógrafos que acompanhavam o ato disseram que ele foi atingido na cabeça por manifestantes.
Contra corrupção
Um dos organizadores, Bruno Toscano Franco, de 41 anos, diz que a marcha surgiu da necessidade de mostrar a insatisfação “com tanto descaso, com tanta corrupção”. “A gente está cansado de viver num país em que a educação e outros serviços básicos não são no padrão Fifa”, disse. Outra motivação, segundo ele, é contar a história “verídica” do país e escondida nas escolas, na opinião do grupo. "[O presidente] João Goulart estava agindo de má fé contra o povo brasileiro, expropriando terras particulares, dizendo que era reforma agrária”, defende.
Um dos organizadores, Bruno Toscano Franco, de 41 anos, diz que a marcha surgiu da necessidade de mostrar a insatisfação “com tanto descaso, com tanta corrupção”. “A gente está cansado de viver num país em que a educação e outros serviços básicos não são no padrão Fifa”, disse. Outra motivação, segundo ele, é contar a história “verídica” do país e escondida nas escolas, na opinião do grupo. "[O presidente] João Goulart estava agindo de má fé contra o povo brasileiro, expropriando terras particulares, dizendo que era reforma agrária”, defende.
Desta vez, a ameaça comunista no Brasil é representada pelo PT. Franco cita o financiamento feito pelo BNDES para a construção do porto de Mariel em Cuba como uma prova da aproximação do governo Dilma Rousseff com os ideais comunistas. O porto foi inaugurado em janeiro com a presença da presidente.
Para Franco, a intenção do governo federal é transformar em um imenso bloco comunista a União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Atualmente, doze países contando o Brasil compõem esse bloco que seria voltado à cooperação regional.
O fotógrafo atuou durante anos como aviador e é filho e neto de militares. Ele critica ainda a ausência dos valores da família e critica a defesa de criminosos por grupos de direitos humanos. “Onde estão os valores da família nesse país? Acabei de ter uma filha e não quero deixar esse país para a minha filha viver”, diz. Ele critica ainda a criação de um kit gay para discutir homofobia nas escolas.
Saiba com foi a Marcha da Família original, em 1964
A “Marcha da Família Com Deus pela Liberdade” ocorreu em 19 de março de 1964 e reuniu cerca de 500 mil pessoas. O ato começou na Praça da República e terminou na Praça da Sé, percorrendo no caminho a Rua Barão de Itapetininga, Praça Ramos de Azevedo, Viaduto do Chá, Praça do Patriarca e Rua Direita. A marcha foi convocada como uma resposta ao comício que o presidente João Goulart fez na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 13 de março, quando defendeu suas reformas de base para um público de 200 mil pessoas. Os manifestantes eram contra o governo de João Goulart, pois temiam a implantação de um regime comunista no Brasil, e favoráveis ao golpe militar.
A “Marcha da Família Com Deus pela Liberdade” ocorreu em 19 de março de 1964 e reuniu cerca de 500 mil pessoas. O ato começou na Praça da República e terminou na Praça da Sé, percorrendo no caminho a Rua Barão de Itapetininga, Praça Ramos de Azevedo, Viaduto do Chá, Praça do Patriarca e Rua Direita. A marcha foi convocada como uma resposta ao comício que o presidente João Goulart fez na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 13 de março, quando defendeu suas reformas de base para um público de 200 mil pessoas. Os manifestantes eram contra o governo de João Goulart, pois temiam a implantação de um regime comunista no Brasil, e favoráveis ao golpe militar.
Ela foi organizada pela União Cívica Feminina, um grupo de mulheres com ligação com empresários paulistas. Segundo a historiadora Heloísa Starling, da Comissão Nacional da Verdade, a Marcha teve ainda apoio de setores da Igreja Católica e acabou se tornando o modelo para manifestações que começaram a ocorrer em diversas outras cidades. Para a historiadora, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi a “face mais espetaculosa dos golpistas” em 1964. O ato e as manifestações em outras cidades que se seguiram fizeram parte de uma grande “frente social” que teve ainda participações de setores do comércio, imprensa e estudantes. “Era necessária essa mobilização popular para legitimar o golpe”, segundo Heloísa.
Quase duas semanas depois da Marcha, em 31 de março, o Exército mobiliza tropas e começa a tomada do poder. Em 11 de abril, o general Castello Branco é nomeado o primeiro presidente do período de ditadura, que durou 20 anos. O regime de exceção durou no país até o começo de 1985, quando o governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo foi sucedido por José Sarney (PMDB). À época, Sarney era vice de Tancredo Neves, eleito pelo Colégio Eleitoral após o movimento Diretas Já. Durante a ditadura, opositores do regime foram exilados, presos, torturados e assassinados. Em 2012, a Comissão Nacional da Verdade foi instalada pela presidente Dilma Rousseff para apurar as violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar. A comissão tem até 16 de dezembro de 2014 para concluir os trabalhos.
FONTE:PORTAL G1
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