Foto: José Aldenir
Alessandra Bernardo
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A confusão iniciada pela atuação do falso Caniggia, jogador argentino que deveria ter participado neste domingo (23) do amistoso master entre as seleções do Brasil e Argentina no Arena das Dunas e foi “substituído” por seu sósia Daniel Cordone, pode render processos no Procon Municipal, Tribunal de Justiça e Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). Isso porque muitos torcedores que compraram ingresso para verem os craques de outras épocas do futebol brasileiro e argentino ficaram revoltados ao perceberem o engodo e prometeram procurar a justiça contra a empresa organizadora do evento, a Fênix Sports.
Segundo o coordenador do Procon Natal, Ney Lopes Júnior, se for confirmado que a organizadora sabia que o jogador que estava em campo não era o Caniggia, e mesmo assim não informou ao público durante a entrada deste ao estádio, ela pode responder judicialmente por crimes como propaganda enganosa e falsidade ideológica, entre outros. Ele disse que, se os torcedores que perceberam o caso ainda durante a partida tivessem denunciado o fato ao órgão, ele teria ido ao local autuar a empresa.
“As pessoas que se sentirem lesadas, enganadas, devem sim procurar o Procon e denunciar ainda na hora da constatação do crime, para que possamos atuar de forma enérgica contra casos como esse. A empresa tem que provar, com documentos e o que puder, que não sabia e, se sabia, porque não avisou o público. Se fez isso sabendo que não era o jogador, agiu com má-fé e de forma intencional, criminosa. E aí, cabe processo no Procon e na justiça comum”, explicou.
O advogado disse também que, como o dano foi contra várias pessoas, o ideal é todos os torcedores que se sentirem prejudicados formem uma comissão e ingressem com ação coletiva. Muitas pessoas só descobriram a “farsa” porque os profissionais da imprensa que estavam no local perceberam que o jogador em campo não era Caniggia, autor do gol que eliminou o Brasil da Copa do Mundo de 1990, mas sim um sósia que se caracterizou como o ex-atleta, usando inclusive uma faixa na cabeça, como o original. Outro fator que atraiu a desconfiança das pessoas que conheceram o Caniggia “verdadeiro” foi o braço coberto de tatuagens do atleta em campo.
Fênix atribui culpa à Athirson
Em nota oficial, a Fênix Sports, agradeceu aos torcedores que compareceram ao amistoso e atribuiu a culpa pela confusão ao ex-jogador Athirson Mazolli e Oliveira, convidado para convocar as duas equipes. Segundo o diretor da empresa, André Luiz de Paula Moreira da Silva, a substituição de Caniggia por Cordone, ex-jogador de Vélez Sarsfield-ARG, Racing-ARG, Newcastle-ING, dentre outro clubes, não foi comunicada à organizadora ou à sua assessoria.
“Antes da partida, o comando técnico da seleção argentina, sabendo da falta de Caniggia, colocou em seu lugar Daniel Cordone, que estava relacionado para o desafio desde o começo, tem alguns detalhes parecidos com Claudio Caniggia, como a forma de se vestir, mas em nenhum momento confirmamos ser o mesmo. Outros jogadores que estavam previamente confirmados não puderam comparecer por terem perdido o vôo programado e agendado com destino a Natal. Ambos também acertaram suas vindas com o ex-jogador Athirson, mas não cumpriram com o acordado”, afirmou.
Ele também garantiu que nunca aconteceu situação semelhante em outros eventos promovidos pela Fênix. “Deixamos aqui o nosso claro descontentamento com os selecionadores das duas equipes que deixaram de passar as informações de forma correta, tendo tido a empresa cumprido com suas obrigações com o intuito de proporcionar um evento de alta qualidade ao público, ficando assim um legado de uma grande organização para a cidade”.
FONTE:JHRN
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