quarta-feira, 13 de março de 2013

TEMOS PAPA... "DEU ARGENTINA"


DEU NO FOLHA.COM 
Reuters/Editoria de Arte
Argentino Jorge Mario Bergoglio saúda fiéis no Vaticano; siga cobertura ao vivo
O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, 76, arcebispo de Buenos Aires, é o primeiro papa latino-americano da história. É também a primeira vez que o cargo é entregue a um membro da Companhia de Jesus.
O nome papal dele será Francisco.
Gregorio Borgia/Associated Press
 
Ele obteve ao menos 77 votos dos 155 cardeais de todo o mundo que participam desde terça-feira (12) do conclave, na Capela Sistina, no Vaticano.
Em seu primeiro pronunciamento, ele disse que os cardeais o encontraram no fim do mundo.
"Vocês devem saber que o dever do conclave era dar um bispo para Roma. E parece que os cardeais foram encontrá-lo no fim do mundo. Obrigado pelas boas-vindas".
O novo papa pediu que fizessem uma oração pelo agora papa emérito Bento 16. Depois, disse que ia fazer a bênção, mas antes pediu que os fiéis orassem por bênçãos a ele.
Conforme a tradição, o resultado foi anunciado por meio da emissão de uma fumaça artificialmente colorida de branco, pela chaminé da Capela Sistina. Nos dias anteriores, quando os escrutínios terminaram sem um consenso, a fumaça expelida era de coloração preta. O resultado foi confirmado pelo som dos sinos da Basílica de São Pedro.
No cargo, ele sucede Bento 16, que renunciou no dia 11 de fevereiro, em uma atitude inédita em quase 600 anos.
Na Argentina, Bergoglio é conhecido pelo conservadorismo e pela batalha contra o kirchnerismo. O prelado também é reconhecido por ser um intenso defensor da ajuda aos pobres. O argentino costuma apoiar programas sociais e desafiar publicamente políticas de livre mercado.
Embora se mostre preocupado com a população de baixa renda, o papa não é adepto da Teologia da Libertação, corrente prestigiada na Igreja brasileira que, com base em ideias marxistas, defende que o clero atue prioritariamente servindo os mais pobres.
O conservadorismo do novo papa é conhecido por declarações contra o aborto e a eutanásia. Além disso, embora ressalte que homossexuais merecem respeito, Bergoglio é contra o casamento gay.

Jorge Mario Bergoglio


MASSIMO PERCOSSI/EFE
 
Imagem divulgada pela presidência argentina mostra o cardeal Jorge Mario Bergoglio durante encontro com Cristina Kirchner, presidente da Argentina
PERFIL
O jesuíta nasceu na capital argentina e, depois de cursar o seminário no bairro Villa Devoto, entrou para a Companhia de Jesus aos 19 anos, em 1958. Foi ordenado padre pelos jesuítas um ano depois, quando estudava teologia e filosofia na Faculdade de San Miguel.
De 1973 a 1979, Bergoglio foi provinciano pela Argentina e a partir de 1980, reitor da faculdade de San Miguel, cargo que ocupou por seis anos. O papa obteve o título de doutor na Alemanha.
Em 1992, foi nomeado bispo e elevado a arcebispo em 1997, passando a chefiar a arquidiocese de Buenos Aires desde então. O argentino ingressou no Colégio de Cardeais em 2001.
Na Santa Sé, participava de diversos dicastérios: era membro da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos, da Congregação para o Clero e da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e das Sociedades da Vida Apostólica, além do Conselho Pontifício para a Família e da Comissão Pontifícia para a a América Latina.
Ele era considerado "papável" desde o conclave que elegeu o alemão Bento 16 para suceder o polonês João Paulo 2º, em 2005. Com a renúncia do primeiro, o nome do arcebispo de Buenos Aires voltou a ficar entre os mais cotados ao posto de papa.
Em 2010, quando a modalidade foi permitida pela legislação argentina, o então arcebispo de Buenos Aires, que também disse que a adoção de uma criança por um casal gay é uma forma de discriminação ao jovem, entrou em confronto com o governo de Cristina Kirchner. A presidente argentina, por sua vez, replicou dizendo que a posição da Igreja evocava a época medieval.
CONCLAVE
Bergoglio foi eleito no segundo dia do conclave, após ao menos três votações. O escrutínio que lhe deu maioria ainda deverá ser confirmado.
Durante o conclave, os cardeais permanecem em absoluto isolamento, impedidos de vazar informações sobre as votações, sob pena de excomunhão. Eles foram vistos pela última vez na terça-feira, quando fizeram uma procissão rumo à Capela Sistina e deram início aos trabalhos.
Neste período, os cardeais ficam hospedados na Casa de Santa Marta, dentro do Vaticano. Lá, os quartos são sorteados, para que ninguém possa escolher seu vizinho, e não há telefone ou internet disponíveis.
Em 2005, o cardeal Joseph Ratzinger foi escolhido como papa em três dias de votação.
Editoria de Arte/Folhapress

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