DA TRIBUNA DO NORTE
Em busca de novos mercados consumidores, os traficantes estão cada vez mais interiorizando a venda de drogas, principalmente o crack. Com pedras cujo valor varia entre R$ 5 e R$ 10, a droga que tem um alto poder destrutivo e viciante, está presente em quase todos os municípios potiguares, conforme dados da Polícia Civil, ratificados pela Polícia Federal.
“Hoje, o crack tomou a periferia e é a droga mais nociva. É uma droga barata com efeitos imediatos”, assevera o delegado federal Rubens França. Em cidades como Barcelona, por exemplo, distante de Natal 90 quilômetros, a droga recebeu o apelido de “Ronaldinho”, em alusão ao jogador de futebol conhecido como “craque”. Na pequena cidade, os relatos de furtos e prostituição aumentaram desde que a droga começou a fazer parte do cotidiano dos moradores.
Os diversos níveis dos órgãos de Segurança Pública e entidades de classe médica defendem que a crescente utilização de crack entre cidadãos de todas as faixas etárias, deveria ser tratado como um problema de Saúde Pública e não somente de Segurança Pública. O Governo do Estado de São Paulo criou um centro especializado no atendimento ao usuário de crack e já efetuou pelo menos uma internação compulsória de um jovem de 25 anos com sintomas de intoxicação e retardo mental provocados pelo crack. A medida do Governo paulista divide opiniões.
Dificuldades de efetivo e estrutura na Polícia Civil
As dificuldades de infraestrutura e efetivo não são exclusivas à Polícia Federal. A Polícia Civil do RN dispõe de apenas duas Delegacias Especializadas em Narcóticos (Denarc) – uma em Natal e outra em Mossoró. Entretanto, a Denarc só atua em casos de investigação de tráfico de drogas cuja monta de entorpecentes seja igual ou superior a 300 gramas. Os demais casos devem ser investigados pelas delegacias distritais (bairros) e municipais. Estas, por sua vez, estão sucateadas e muitas delas sem delegado titular, o que dificulta a prisão de traficantes e a retirada de circulação de drogas, principalmente no interior do Estado.
Além disso, tais delegacias ainda são responsáveis pelos casos de homicídios, assaltos, dentre outros. Na Denarc de Natal, de acordo com o delegado adjunto Márcio Lemos, a constante mudança de titulares e adjuntos acaba prejudicando a condução das investigações e inquéritos instaurados. Além disso, pelo fato do Governo do Estado não ter criado uma Divisão de Narcóticos, mesmo com o projeto pronto, a Polícia Civil perde a possibilidade de assinar convênios de financiamento de obras e aquisição de equipamentos para as ações policiais. Visto que, os recursos federais deixam de ser recebidos.
Assim como na Polícia Federal, o número de agentes é insuficiente para deflagrar investigações e mais operações, conforme detalha o delegado Márcio Lemos. As investigações demandam tempo e os poucos investigadores não podem se ater somente aos casos de tráfico, em detrimento de outros processos que acabam recebendo a mando da Delegacia Geral de Polícia Civil. Os delegados defendem que os aprovados no último concurso sejam prontamente convocados pelo Estado.
O acúmulo de processos acaba refletindo na demora no envio das informações à Justiça. “A sensação de impunidade e o enriquecimento fácil, proporcionado pelo tráfico, atraem cada vez mais pessoas”, comenta o delegado. No Rio Grande do Norte, conforme publicado pela TRIBUNA DO NORTE em reportagem especial do 12 deste mês, somente 5% dos inquéritos de homicídios são elucidados.
O delegado geral de Polícia Civil, Ricardo Sérgio, confirma a existência do projeto de criação da Divisão de Narcóticos como um pleito antigo. Ele destaca que irá tratar o tema como uma de suas prioridades, assim como a Divisão de Homicídios. Visto que, do ponto de vista do delegado geral, a maioria dos homicídios que ocorrem atualmente no estado são ligados ao tráfico de drogas. Ele pretende, ainda e em paralelo, criar a Divisão de Inteligência, para subsidiar a elucidação dos crimes e identificar pontos de vendas de drogas e traficantes.
Assim como na Polícia Federal, o número de agentes é insuficiente para deflagrar investigações e mais operações, conforme detalha o delegado Márcio Lemos. As investigações demandam tempo e os poucos investigadores não podem se ater somente aos casos de tráfico, em detrimento de outros processos que acabam recebendo a mando da Delegacia Geral de Polícia Civil. Os delegados defendem que os aprovados no último concurso sejam prontamente convocados pelo Estado.
O acúmulo de processos acaba refletindo na demora no envio das informações à Justiça. “A sensação de impunidade e o enriquecimento fácil, proporcionado pelo tráfico, atraem cada vez mais pessoas”, comenta o delegado. No Rio Grande do Norte, conforme publicado pela TRIBUNA DO NORTE em reportagem especial do 12 deste mês, somente 5% dos inquéritos de homicídios são elucidados.
O delegado geral de Polícia Civil, Ricardo Sérgio, confirma a existência do projeto de criação da Divisão de Narcóticos como um pleito antigo. Ele destaca que irá tratar o tema como uma de suas prioridades, assim como a Divisão de Homicídios. Visto que, do ponto de vista do delegado geral, a maioria dos homicídios que ocorrem atualmente no estado são ligados ao tráfico de drogas. Ele pretende, ainda e em paralelo, criar a Divisão de Inteligência, para subsidiar a elucidação dos crimes e identificar pontos de vendas de drogas e traficantes.
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