“O ministro está na nossa Casa. Na verdade, ele é um visitante, tem nosso respeito, mas estamos bastante à vontade para cumprimentar do jeito que a gente achar que deve”. Foi assim que o vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), justificou as várias vezes em que imitou os gestos de presos no processo do mensalão ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
O ministro e ele estiveram lado a lado na sessão solene de abertura do Ano Legislativo, na tarde de ontem.
Vargas foi ainda flagrado pelo jornal O Estado de S. Paulo trocando mensagens pelo celular no momento da solenidade e dando a entender que poderia dar uma cotovelada no presidente do STF.
“E aí? Não vai quebrar o gelo não? Nem um Olá? Pergunta pra ele se vai assinar a prisão do j. paulo?”, perguntou a pessoa com que ele trocava mensagens. “Da uma cutovelada (sic)”, o deputado respondeu, limitando-se a confirmar posteriormente que a mensagem de fato existiu.
Já o gesto dos braços levantados com punhos cerrados foi feito tanto por José Dirceu quanto José Genoino antes de serem presos, em novembro do ano passado. Vem sendo usado agora com grande frequência por simpatizantes da sigla.
“Foi o símbolo de reação dos nossos companheiros que foram injustamente condenados”, afirmou o deputado, que é o primeiro na linha de sucessão da Câmara na ausência do presidente Henrique Eduardo Alves.
No Instagram, André Vargas aproveitou ainda a ausência de Barbosa em determinado momento da sessão para provocar o presidente da Corte. “Joaquim sumiu?”, questiona ele diante da foto da cadeira vazia do ministro.
Barbosa, como mostram as fotos, ignorou os gestos. Ele reassumiu o STF ontem e pode assinar a qualquer momento o mandado de prisão do deputado João Paulo Cunha, o único dos petistas condenados ainda em liberdade. Causou polêmica o fato dele ter saído de férias no começo de janeiro sem assinar o termo.
DO JHRN
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