Aluna, que não teve nome revelado, já havia participado de outro ato semelhante; Reitora da UFRN, Ângela Paiva, quer saber porque tal ‘arte’ vem se repetindo
Alessandra Bernardo
alessabsl@gmail.com
A estudante do Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Deart/UFRN), que fez uma performance artística seminua nessa quinta-feira, nas dependências do setor I, teria participado de outra manifestação semelhante no início do ano passado. Na ocasião, a apresentação foi realizada por um grupo de alunos no Campus Central e chamou a atenção de todos que circulavam pelo local.
Segundo o coordenador da Divisão de Segurança Patrimonial da UFRN, Manoel Euflausino, a exibição ocorreu de forma pacífica e a mulher, ainda não identificada pela instituição, explicou que estava fazendo uma performance artística individual, e não um protesto, como muitos pensaram. Ela teria dito ainda que pertence ao grupo que fez uma expressão artística em março de 2013, e que seu ato não possui relação com a ocupação do prédio da Reitoria, ocorrido há algumas semanas.
“Ela almoçou no restaurante universitário daquela forma e permaneceu no setor I até por volta das 16h, quando foi embora. Durante todo esse tempo, se expressou por meio de latidos e grunhidos, mas respeitou e foi respeitada por todos que presenciaram o fato. Enviamos uma equipe para acompanhá-la, no intuito de garantir sua integridade física, mas acredito que os alunos e servidores já estão acostumados a coisas desse tipo, porque foi tudo muito tranquilo”, observou.
Vestida apenas com calcinha e sapatilhas, a estudante cobriu os mamilos com fita adesiva preta e usou uma espécie de focinheira na boca. Nos braços, estavam pintadas algumas frases como “ódio contido” e “politicamente incapaz”. Contudo, não soube explicar seus significados. Durante a performance artística, ela também fez caras e bocas, mas, segundo Euflausino, não interagiu diretamente com os curiosos.
“Como foi uma manifestação pacífica, foi tranquilo e só acompanhamos por precaução. Os demais estudantes aceitaram numa boa e quem não quis ver, saiu do local onde ela estava. Nós já observamos tanto mulheres seminuas e nuas na televisão, nas praias, nas ruas durante o Carnaval, que as pessoas estão mais tolerantes. Sei que estamos dentro de uma Universidade, mas ela confirmou que era expressão artística”.
A reitora da UFRN, Ângela Paiva, afirmou ter tomado conhecimento do caso na noite de ontem e que havia solicitado uma reunião com os responsáveis pela Segurança Patrimonial e o Deart, para analisar os últimos casos em que alunos da instituição ficaram seminus ou nus dentro do campus. A partir daí, o grupo irá avaliar o que pode ser feito com os casos. Este é o quinto caso em apenas dois anos, que são conhecidos. O último teria o de um aluno que amarrou um tijolo no pênis e desfilou durante a ocupação do Deart, há cerca de um ano.
“Não sou contra, mas a nossa orientação, como instituição, é que esse tipo de manifestação artística seja feita em um local reservado, fechado, para que apenas o público que realmente quer assistir algo assim tenha acesso. E não em um local público como uma universidade. Vamos conversar e analisar os últimos casos, porque isso vem acontecendo com certa frequência”, falou.
O chefe do Deart, Marcos Andruchak, um estudante do curso de Design fotografou a performance da estudante não identificada, no entanto, ele não teria revelado o nome da moça. O professor afirmou ainda que não tem certeza se ela pertence realmente ao departamento, mas que deve apurar os fatos.
do jhrn
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