É meia-noite de sábado. Mel Lisboa, 31, está de salto alto e vestido de franjinhas, estilo melindrosa, na rua do Triunfo, antiga Boca do Lixo, na região central. A poucos metros, uma aglomeração de usuários de crack.
Encarnando a prostituta assassina Brigitte, a atriz encerra ali a peça "Homem Não Entra", sobre o fim de uma zona de meretrício no Bom Retiro, em 1953.
Esse é o segundo espetáculo que Mel apresenta com a Companhia Pessoal do Faroeste, que funciona numa casa do século 19 no meio da cracolândia. "Trabalhar aqui é uma questão política e artística", diz.
Ela estaciona seu Fiat Freemont na rua e diz circular por ali sem medo. Defende a ocupação da área, mas não cogita se mudar com os dois filhos pequenos e o marido para o Centro. A família vive na Vila Mariana (zona sul).
Nas proximidades do teatro, Mel conheceu garotas (e tiazinhas) que fazem programa e ouviu histórias que podem inspirar sua próxima personagem. Em julho, a gaúcha se muda para o Rio, onde gravará a novela "Pecado Mortal", da Record. Viverá outra prostituta.
DO PORTAL FOLHA.COM
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