segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Município de Pedra Preta pode sofrer tremor de alta magnitude

Município já registra mais de 500 abalos em vinte dias . Foto: José Aldenir
Município já registra mais de 500 abalos em vinte dias . Foto: José Aldenir
Carolina Souza
acw.souza@gmail.com
Depois de alguns dias sem disparar, o sensor de tremores da estação de Riachuelo registrou mais um evento em Pedra Preta neste final de semana, às 21h49 do dia 10 de novembro. O tremor teve magnitude de 1.6, considerado baixo. Nos últimos 20 dias já foram registrados mais de 500 abalos – o maior deles com magnitude 3.7. Não há como prever, mas sismólogos que estão acompanhando as recentes atividades incidentes no município de Pedra Preta alertam que a situação dos moradores pode piorar.
Segundo Joaquim Ferreira, sismólogo e chefe do Departamento de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é impossível prever como a atividade sísmica de um território irá evoluir. “Esses dias de pausa podem significar tanto o início de um período de baixa intensidade quanto um período de acumulação de energia, precedendo um evento de maior magnitude”, disse.
“Como não podemos prever, é importante preparar a população para situações mais graves. Já registramos que muitas casas sofreram danos e estão com rachaduras bastante expostas. Se nos próximos dias surgir um tremor com magnitude maior que 3.0, algumas dessas casas podem não resistir mais”, avaliou Joaquim Ferreira.
Um dos maiores perigos para a população é o deslocamento de telhas nas casas afetadas pelos tremores. Apesar das recomendações feitas pelo Laboratório de Sismologia da UFRN no ano de 2010, quando o município sofreu intensas atividades sísmicas, muitos dos telhados da região ainda continuam sem a ripa intermediária. De acordo com os especialistas, a falta da ripa intermediária faz com que, ao sofrer abalos, falte apoio para a telha e esta possa cair na cabeça das pessoas.
Relatos feitos pelos moradores e reproduzidos neste vespertino demonstram a apreensão da população face ao fenômeno, principalmente quando ocorre uma sequência seguida de tremores. Diversas pessoas estão dormindo fora de suas residências, nas calçadas e praças da cidade, alpendres e também debaixo de árvores.
Entre os dias 08 e 10 de novembro foram instaladas quatro estações sismográficas na região de Pedra Preta. O objetivo inicial das novas estações, segundo o Laboratório de Sismologia, é verificar se a área epicentral ainda é a mesma que foi estudada anteriormente, há três anos, após a ocorrência dos vários sismos de magnitude acima de 3.0.
Calamidade
A Prefeitura de Pedra Preta deverá decretar estado de calamidade no município. Apreensivo, o prefeito Luiz Antônio Bandeira já solicitou auxílio do Governo Estadual, por meio de envio de equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e até de psicólogos da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). A calamidade deverá ser decretada após receber os laudos técnicos do Crea e a Defesa Civil Estadual, de modo a adquirir recursos para reformar as edificações mais importantes da cidade e conseguir barracas para os moradores que temem dormir dentro de suas casas.
DO JHRN

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