Em nota o deputado estadual Fernando Mineiro (PT), divulgou nota sobre a disputa interna para presidência do partido no RN.
Ao longo de meus 33 anos de PT nunca me posicionei, via imprensa, sobre questões de disputas internas do partido, em especial as referentes às nossas diferenças de concepções e práticas políticas. Os jornalistas de nosso estado sabem que, contrariando uma prática corriqueira, nunca me escondi no off para repassar informações. Sempre assumi posições publicamente.
E durante todo o Processo de Eleições Diretas (PED) não foi diferente. Procurado sistematicamente pela imprensa local para emitir a minha opinião, respondi que me posicionaria apenas depois de encerrado todo este processo. E o faço agora, mesmo sabendo que a confusão em que nos metemos ainda não acabou.
Como é de conhecimento público, duas chapas disputaram as eleições para a direção estadual do PT de nosso estado. Participo e apóio a chapa encabeçada por Eraldo Paiva, nosso atual Presidente e candidato à reeleição. Eraldo teve a capacidade de conquistar o apoio de várias lideranças que constroem o partido no seu dia-a-dia e os diversos movimentos sociais em nosso estado e fez uma campanha propositiva, discutindo os rumos e os desafios futuros para além das disputas eleitorais, buscando a sua renovação e, principalmente, respeitando-se as deliberações partidárias. Meu apoio a Eraldo expressa meu entendimento de que precisamos renovar nossas lideranças e referências partidárias.
Infelizmente, o processo que deveria fortalecer a democracia interna de nosso partido dividiu mais ainda o PT no Rio Grande do Norte.
Quando se encerrou o processo de votação no último domingo foi possível tomar conhecimento de uma série de problemas que haviam ocorrido em algumas cidades. Uns, por dificuldades naturais de um processo que tem certo grau de complexidade; outros, por absoluta má fé e manipulação que nos remete ao tempo das famosas brejeiras.
Ao perceber isso, em nome da chapa Ousar Lutar Ousar Vencer, conversei com companheiro Junior Souto que estava na sede do PT. Ainda na noite de domingo propus a ele a formação de uma comissão entre as chapas em disputa para analisar os resultados e problemas acontecidos em cada cidade. Propus que passássemos o “pente fino” em cada situação e tentássemos resolver todos os problemas encontrados. Só encerraríamos os trabalhos quando tudo estivesse resolvido. Ele me pediu um tempo pra consultar a chapa dele e logo depois me retornou dizendo que a proposta não tinha sido aceita. Ainda insisti, mas foi em vão.
Naquele momento tive a exata dimensão do desgaste que teríamos pela frente. Lamentavelmente, percebi que, ao contrário de tantas outras vezes, não resolveríamos nossos problemas e divergências através do diálogo e da pactuação política. O acirramento prevaleceu e hoje estamos vivendo uma crise interna que precisa ser superada. Essa situação fragiliza a próxima direção e a descredencia para assumir as enormes tarefas de 2014 em diante.
Infelizmente, no momento em que o PT deveria ter o mínimo de unidade política e organizativa para enfrentar os desafios da atual conjuntura, acontece exatamente o contrário. E nenhum petista pode achar isso bom porque esta situação prejudica o conjunto do partido. E até mesmo quem de mim discorda internamente sabe o que já fiz quando eu percebia que o partido como um todo sairia prejudicado diante de determinadas situações. Para mim, acima das legitimas posições pessoais de cada um de nós, sempre prevaleceu o coletivo partidário.
Depois da frustrada tentativa de diálogo e pactuação, é aguardar que as demandas e os imbróglios sejam resolvidos por nossas instâncias superiores.
E espero que se resolva logo. Até porque temos a fazer. A vida lá fora nos chama com suas bandeiras, sonhos e lutas.
Quero gastar as melhores energias para dar minha pequena contribuição para “mudar o mundo mudado”.
fonte: thalita moema
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