Vereador Sandro Pimentel: “Que a justiça seja célere e coloque Adão Eridan na cadeia”

Adão se defende e afirma: “Sandro vai ter que falar é com o delegado e o juizado. Foto: Divulkgação

O atrito entre os vereadores Sandro Pimentel (PSOL) e Adão Eridan (PR) está longe de terminar e, mesmo com os pedidos de paz na Câmara Municipal de Natal, a cada dia, essa novela de discussões e troca de acusações ganha um novo capitulo. Depois que, na semana passada, Adão denunciou Sandro e Amanda por calunia e difamação, na 1º Delegacia de Polícia, foi a vez de Sandro, por meio de nota, pedir a prisão do parlamentar do PR.

“Que a Comissão de Ética aproveite para apurar quem cometeu crime, quem é machista, quem não tem produção parlamentar e quem é condenado por corrupção! Que a justiça seja célere e coloque o vereador Adão Eridan na cadeia”, afirmou Sandro Pimentel, que também foi denunciado por Adão Eridan no Conselho de Ética da Câmara Municipal e pode ser cassado.
Esse pedido de Sandro Pimentel se baseia no fato de Adão Eridan ter sido um dos condenados no escândalo de corrupção da Operação Impacto (Plano Diretor de Natal).

“Na verdade, o que mais querem é nos amedrontar e calar aqueles que fazem a diferença na Câmara. Querem cassar um dos mandatos que tem sido o elo das necessidades de povo e dos estudantes com o parlamento municipal. Querem aplicar um golpe à democracia e ferir de morte o processo democrático e legítimo resultante da última eleição. Não nos calarão! Não conseguirão nos amedrontar!”, acrescentou o vereador.

“Com o apoio da população, o mandato aprovou o Fim do Voto Secreto, garantindo transparência e ética nas votações da Câmara Municipal do Natal e pela primeira vez na história da nossa cidade, conseguiu garantir no orçamento para 2014, um montante aproximado de 8 milhões de reais para o esporte amador de Natal. Sandro Pimentel foi o único a destinar 100% das emendas parlamentares para construção de ciclovias em nossa cidade”, enumerou o vereador do PSOL.

“Tudo isso tem incomodado os políticos tradicionais que se utilizam da velha política, tanto é que nas últimas semanas alguns vereadores vêm fazendo ataques sistemáticos, não somente ao Vereador Sandro Pimentel, mais também aos parlamentares da Frente de Esquerda (Marcos Antônio – PSOL e Amanda Gurgel – PSTU). Tem sido uma série de agressões morais contra nossos legítimos representantes”, criticou.

NOVELA

É importante lembrar que a relação de atrito entre Adão e Sandro não é nada recente, mas começou a ganhar força no início da legislatura, quando se debatia a redução da maioridade penal. Adão defende a redução da maioridade, ainda com castigos físicos aos infratores, chamados por ele como “bandidos de menor”. Sandro é contra. C

Adão se defende e afirma: “Sandro vai ter que falar é com o delegado e o juizado

Gostando ele não está, mas tranquilo Adão Eridan afirma que segue mesmo diante das seguidas declarações de Sandro Pimentel sobre ele ser corrupto. Até porque, segundo Adão, essa situação ele já passou para o delegado desde que prestou queixa contra o parlamentar, na semana passada.

“Desde o início do ano que ele não tem feito outra coisa que não seja falar de mim, tentar denegrir a minha imagem, seja em entrevista, na televisão ou no plenário da Câmara. Pensei que fosse melhorar, mas não melhorou. Já denunciei os três (Sandro, Amanda Gurgel, PSTU; e Marcos Antônio, PSOL) e agora eles vão ter que falar é com o delegado e o juizado. Não tem acordo comigo”, afirmou Adão Eridan.

O vereador do PR também se defendeu da acusação de participação do esquema denunciado na Operação Impacto. Relembrou que, na época, até afastado da Câmara ele estava e não participou de nenhuma das reuniões que supostamente teriam ocorrido, nem da votação dos vetos. “Estava em casa, todo ponteado. Não participei de nada. Não conseguiram provar nada nem contra os envolvidos, quanto mais contra mim, que nem estava lá”, se defendeu Eridan.

Com relação a Sandro Pimentel, Amanda e Marcos, Adão Eridan ressaltou que os problemas não estão sendo apenas com palavras. “Esse final de semana, meus assessores e eu recolhemos mais de 20 faixas que eles espalharam pelas ruas. Vamos levar esse material para a Justiça também. São pessoas desequilibradas, que não vão mudar, por isso, nem vou mais tentar resolver, quem vai resolver é a Justiça”, acrescentou Adão.

Segundo ele, porém, a Câmara também “pecou” ao não ter buscado “amenizar” essa situação dos três parlamentares desde o início. “Resolveria se eles tivessem decidido não votar mais nem requerimento deles. Bastava 15 vereadores e pronto. Nem requerimento eles aprovavam mais na Câmara. Assim, resolvia o negócio. Eles falam muito, mas fazem igual”, afirmou Adão Eridan.

Isso porque, segundo o vereador, Sandro, Amanda e Marcos tem tido posturas bem incoerentes na Casa. Por exemplo: votaram contra o aumento dos cargos, mas nomearam os 10 assessores que tiveram direito; são contra o salário de R$ 15 mil, mas recebem todo mês. “No lugar de nomear o povo que votou neles ou que os ajudaram na campanha, ou que são especialistas, trouxeram uma ruma de presidente de partido, de fora, para ocupar os cargos na Câmara e ganhar dinheiro público”, reclamou Adão. (CM)

Bertone Marinho: “Vereadores poderão ser punidos até com perda de mandato”

“Serei rigoroso na análise das denúncias encaminhadas à Comissão de Ética para que os vereadores possam se comportar dentro de padrões éticos e morais”. A frase é do vereador Bertone Marinho ao ser questionado sobre denúncias contra parlamentares que segundo ele, ainda se encontram na Mesa Diretora e que deve chegar a plenário possivelmente essa semana. “Existem duas denúncias, uma encaminhada por Eudiane Macedo e Aroldo Alves contra Amanda Gurgel por quebra de decoro parlamentar e outra de Adão Eridan contra Sandro Pimentel e Sandro Pimentel contra Adão Eridan”, diz o presidente da Comissão de Ética.
Segundo o vereador Bertone Marinho, a Comissão de Ética, que é formada também pelos vereadores Chagas Catarino e Bispo Francisco de Assis, quando a denúncia chegar à comissão será apurada ouvindo as partes, vídeos e entrevistas, para posteriormente dar o parecer e encaminhar ao plenário a quem compete decidir. “A punição poderá ser advertência pessoal, advertência em plenário, censura pública, suspensão de mandato de 5 a 15 dias ou perda de mandato”, esclarece o presidente da Comissão de Ética da Câmara Municipal de Natal. (JP)

FONTE: JH RN