Por que é que dois dos principais políticos do Rio Grande do Norte não querem se candidatar novamente ao governo do estado? Estou falando do senador-ministro Garibaldi Alves (PMDB) e da vice-prefeita de Natal e presidente estadual do PSB, Wilma de Faria. Já tive oportunidade de falar sobre isso antes – clique aqui para conferir -, mas volto a repetir. Nenhum dos dois, embora figurem nas pesquisas de intenção de voto em empate técnico na disputa para o governo, não querem e não pretendem disputar o cargo outra vez para o Executivo estadual simplesmente por saber que em se elegendo terão que administrar um grande abacaxi.
Primeiro, porque o estado hoje é uma verdadeira massa falida. Segundo, porque certamente o governante da hora que assumir o governo em 1º de janeiro de 2015, já no dia 2 estarão a bater a porta da Governadoria fornecedores e prestadores de serviços que têm a receber desde o governo Iberê Ferreira de Souza (PSB). Depois, esse talvez o grande calo, sobretudo de Wilma de Faria, a cobrança por parte das várias categorias de servidores públicos pela colocação em prática dos planos de cargos, carreiras e salários, prometidos nos governos de Wilma e aprovados no governo Iberê, seu correligionário. Portanto, só aí existem motivos suficientes para uma dor de cabeça que poderá, no mínimo, levar metade da gestão para tentar resolvê-los.
Garibaldi mesmo que deixe o Ministério da Previdência tem ainda pela frente mais quatro anos de mandato como senador. Wilma de Faria, a se confirmar o acordão com os Alves para ela sair candidata ao Senado – seu sonho de consumo -, tem grandes chances de se eleger, mesmo tendo pela frente uma potencial candidata ao cargo, a deputada federal Fátima Bezerra (PT). Seria uma disputa que certamente chamaria mais a atenção do que propriamente a disputa pelo governo estadual.
Daí se observar que apesar do PMDB dizer que terá candidato próprio ao governo e Wilma da mesma forma se colocar como opção ao Executivo, nem os Alves querem assumir esse abacaxi nem muito menos Wilma de Faria. Sobra então para outros nomes menos tradicionais na política papa-jerimum, no caso o empresário Fernando Bezerra (PMDB) e o vice-governador, Robinson Faria (PSD), rompido desde o início com o governo Rosalba Ciarlini (DEM), e há oito anos o eterno candidato. Contudo, diria que a candidatura consensual ao governo do estado pode cair no colo de Robinson Faria, com Wilma sendo a sua companheira de chapa candidata ao Senado e o PMDB indicando o seu vice. Tudo é possível entre uma dose e outra de Old Parr nas varandas de Jacumã, apesar dos Alves estarem apostando na candidatura de Fernando Bezerra. Acho até viável, mas precisa convencer o empresário primeiro. Óbvio que ao aceitar uma candidatura ao governo e nas condições que o estado se encontra, Bezerra fará exigências pontuais.
Por outro lado, o PT pode se fortalecer com estas indecisões começando a trabalhar uma eventual candidatura do deputado Fernando Mineiro (PT) à sucessão estadual. Não pode surgir como o “Salvador da Pátria”, mas teria o discurso anti-acordão. As varandas da praia da Redinha que o digam ao som de Sonífera Ilha, do Titãs. Aliás, bom que se diga que a disputa pelo Senado entre Wilma de Faria e Fátima Bezerra seria uma verdadeira briga de titãs.
A conferir!
doportalno minuto
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