quinta-feira, 9 de abril de 2015

Pai apela ao governador para filha com doença degenerativa estudar em Natal

Ao lado da filha, João Batista disse que acredita no serviço público e espera atitude do governo do Estado

Olivia
Olívia Serena Batista, de 8 anos, nasceu com esclerose tuberosa, uma doença degenerativa rara que causa a calcificação do cérebro e pode prejudicar o funcionamento de órgãos vitais como os rins, coração, olhos, pulmões e pele. A combinação dos sintomas pode incluir convulsões, atraso no desenvolvimento e problemas de comportamento.
Por causa disso, Olívia precisa ter o acompanhamento de um professor auxiliar na escola, que possa lhe ajudar na alfabetização e no processo de aprendizado, direito garantido por lei para crianças especiais. Matriculada desde o primeiro ano do Ensino Fundamental II no Instituto Kennedy, escola de referência na educação pública do Estado, ela sempre contou com esse apoio pedagógico. Hoje, a menina está impedida de assistir aula por falta de auxiliares no quadro da escola.
O pai de Olívia, João Batista, conta que sua filha está matriculada regularmente desde janeiro, mas ainda não pôde assistir a nenhuma aula deste ano letivo. “A diretoria da escola alega que ela não pode assistir aula sem o professor auxiliar. Eu sei que eles estão fazendo de tudo para resolver isso, pois sempre foram muito atenciosos com o problema de minha filha. Mas não posso permitir que ela fique sem aula”, comentou.
Na redação do JORNAL DE HOJE, João mostrou um cartaz que ele fez para chamar a atenção das autoridades do Governo do Estado: “Aluna deficiente está proibida de estudar no Instituto Kennedy”. Segundo ele, o cartaz foi apresentado em uma solenidade ao governador do Estado, Robinson Faria, mas até agora não surtiu efeito.
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“Minha filha tem oito anos, mas por causa da doença apresenta uma idade mental de três anos. Eu e minha esposa precisamos do apoio que ela recebia na escola e deixou de receber neste ano. Até tentaria uma vaga para ela em escola particular, mas, além de não ter muita condição financeira, eu acredito no serviço público e espero que ele faça algo”, disse João, que é professor da rede municipal de ensino em Natal.
João Batista conta que já procurou seus direitos junto ao Ministério Público e Conselho Tutelar, mas nada avançou. “Também cheguei a ir à Secretaria de Educação e eles disseram que não há, no quadro do Estado, professor capacitado para acompanhar Olívia. Ficaram de solucionar isso, mas não deram previsão”, comentou.
O JH entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação, que garantiu que o problema de Olívia teria sido solucionado na manhã de hoje (9). Mônica Guimarães, coordenadora dos órgãos regionais de educação no RN, esclareceu que a diretoria do Instituto Kennedy deverá entrar em contato com os pais de Olívia Serena nos próximos dias.
“A diretoria da escola conseguiu fazer um reordenamento dos professores auxiliares deles e conseguiu um profissional que assumirá a sala de Olívia. A Secretaria ficou responsável por encaminhar outra pessoa para substituir esse profissional que foi remanejado”, disse. “Felizmente tudo já está sendo resolvido”, garantiu Mônica Guimarães.



JHRN

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