Marx integra um movimento que arregimentou pelo menos 40 jovens em Pernambuco. A maioria é formada por estudantes com idade entre 16 e 25 anos. Chamados de Black Blocs, seguem o modelo alemão - “uma tática de tropa de choque”, datada de 1980 - e repetem métodos utilizados recentemente em outros estados brasileiros. São considerados os mais radicais e violentos dos manifestantes. São os Black Blocs que vestem máscaras e seguem com um quebra-quebra contra prédios públicos, privados e ônibus coletivos. É em torno deles que a polícia de Pernambuco tem fechado o cerco.
O Diario conversou com vários Black Blocs durante a semana para revelar quem são, como agem e o que querem os adeptos do movimento em Pernambuco. Publicamos entrevistas com dois integrantes daqui: Marx e um segundo jovem secundarista, de 17 anos, conhecido como Priest Rafa.
Marx e Priest justificam que os atos de vandalismo e destruição são uma “reação” à polícia. Falam muito sobre anarquismo. São instruídos, estiveram nos últimos protestos, dizem ter medo de ir para o confronto, mas prometem continuar a participar das “ações”.
As declarações reforçam um debate que o professor-doutor em sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte César Sanson alimenta junto a militantes de esquerda: a ação dos Black Blocs seria legítima ou condenável? Para Sanson, que esta semana está em seminário em Salvador (BA), são “equivocadas” as teorias de que os Blacks Blocs representam meros grupos de vândalos. Os Blacks são, sim, grupos políticos e possuem base política e teórica, analisa. “Agora, aceitar os métodos deles é outra coisa”, diz.
A maioria da população condena, temendo ser vitimada pelo vandalismo que está diretamente ligado à presença dos Black Blocs. Os participantes alegam que é uma reação e se articulam na internet, como no Facebook e em outros programas de conversar online a exemplo do Skype e do Raidcall. Prometem ampliar o número de aliados. Já programam data para nova ação: 7 de Setembro, dia da Independência.
FONTE: DIARIO DE PERNAMBUCO
Nenhum comentário:
Postar um comentário