sábado, 2 de novembro de 2013

Ditadura-democrática do PT 'aborta' candidatura própria em 2014

A democracia interna no Partido dos Trabalhadores é coisa bem verticalizada: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva determina que é assim e assim é cumprido. Todos os outros, de norte a sul e leste a oeste, balançam a cabeça.
O PT cumpre à risca a individualidade lulista desde o seu nascimento, tanto que o partido se confunde com o próprio fundador. Aliás, não existiria o PT sem Lula, mas existiria Lula com qualquer outra sigla, porque ele construiu essa porção da política brasileira.
Observe que todos os outros de sua geração ficaram para trás, alguns vivendo no ostracismo ou na linha de adoração ao lulismo. Portanto, todos os interesses devem convergir ao todo-poderoso, não cabendo, sequer, a choradeira localizada.
Os exemplos estão aí.
Nas eleições de 2006 e 2010 no Estado do Maranhão, Lula derrubou a candidatura própria do PT, aprovada em convenção, e obrigou os companheiros a se aliar ao clã Sarney, que antes era acusado pelo próprio Lula como o retrocesso da política brasileira.
Mais recentemente, em 2012, ocorreu o papelão do PT de Mossoró. O partido viu a democracia interna ser atropelada pela ditadura lulista, quando veio de Brasília (DF) a determinação de abortar a candidatura própria à Prefeitura para apoiar a postulação de um nome da tradicional família Rosado, que no passado foi apontada pelo próprio PT como o “câncer” de Mossoró.
Nesses dois (maus) exemplos, prevaleceram os interesses de Lula, que rifou o partido para acomodar objetivos individuais em outros Estados do País. Agora não está sendo diferente.
O companheiro Fernando Mineiro experimenta o sabor amargo da ditadura democrática petista, ao ser abatido antes de levantar o voo para a sonhada candidatura ao Governo do Rio Grande do Norte.
De Brasília veio a ordem: desista, uma vez que o projeto do PT é a reeleição da presidente Dilma, e no RN, a candidatura da deputada Fátima Bezerra ao Senado Federal. Nessa vertente, o PT se abraça com o PMDB e com os outros partidos da chamada base aliada.
Mineiro cumpriu a ordem e, de forma continente, anunciou que está fora da disputa majoritária. Para não ficar amuado no canto de parede, o PT prometeu a ele a vaga de Fátima na Câmara dos Deputados, isso – claro – se não for rifada na negociação para a formação da chapa proporcional.
Então, a história se repete, e isso não acontece apenas no Partido dos Trabalhadores. Nas outras siglas, os donos mandam e os seguidores balançam a cabeça. PMDB tem dono, PSB tem dono, DEM tem dono e todas as outras agremiações têm dono. Infelizmente, essa é a realidade da política democrática brasileira.

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