quarta-feira, 16 de abril de 2014

Cerveró diz que não quis enganar ninguém na compra de refinaria

Ex-diretor da estatal disse que a compra refinaria em Pasadena custou metade do valor que tem sido divulgado
Antônio Cruz/Agência Brasil
Nestor Cerveró tenta se explicar
Acusado de omitir cláusulas importantes do documento que embasou a aquisição da Refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras, o ex-diretor da Área Internacional da empresa Nestor Cerveró disse nesta quarta-feira, 16, que não teve intenção de enganar ninguém.
“Não há sentido enganar ninguém. A posição [sobre a compra] não é só minha, mas da diretoria do conselho que aprovou esse projeto. Não existem decisões individuais. Foi tudo baseado em consultorias e trabalhos técnicos de mais de um ano”, disse.
Em audiência conjunta na Câmara, o ex-diretor da estatal disse que a compra da parte da refinaria que pertencia ao grupo belga Astra Oil custou metade do valor que tem sido divulgado e que foi equivalente ao que a Astra pagou.
Pelas contas de Cerveró, além dos US$ 42 milhões pagos pela Astra, o grupo ainda teve custos de estoques, investimentos para adequação ao mercado consumidor dos Estados Unidos e adaptações às exigências ambientais, totalizando mais de US$ 360 milhões.
Nestor Cerveró disse ainda que enquanto o mercado pagava, em média, US$ 13 mil por barril, a Petrobras, depois da arbitragem que marcou o rompimento da sociedade com a Astra, pagou pouco mais de US$ 5,5 mil por barril.
Ou seja, para calcular o preço de uma refinaria que produz 100 mil barris, o mercado usava como parâmetro a relação entre o investimento global e o valor do barril produzido.
Por esse cálculo, o valor de Pasadena equivalia na época a U$$ 5,5 mil por barril. “Mesmo depois do conflito, a refinaria saiu por metade do valor médio do petróleo”, disse.
O negócio está sendo investigado pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público Federal.

Fonte: Agência Brasil VIA GAZETA DO OESTE

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