Grande parte dos moradores e comerciantes dos bairros Arthur Alvim e Itaquera, próximos à Arena Corinthians (Itaquerão), ainda não sabem como vai funcionar a área de bloqueio nos jogos da Copa do Mundo. Na tarde de ontem (30), a reportagem da Agência Brasil visitou várias ruas na zona leste da capital paulista, definidas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) como área de restrição de circulação em dias de jogos da Copa. Segundo a CET, no segundo jogo-teste do estádio, que acontece neste domingo (1º), em uma partida entre Corinthians x Botafogo, a área de bloqueio será utilizada, seguindo os mesmos moldes do que está sendo estruturado para os jogos do Mundial em São Paulo.
Os bloqueios serão feitos a partir das 9h, e permanecerão até duas horas depois do fim do jogo. Ao todo, serão 26 bloqueios operacionais, de circulação de qualquer tipo de veículo, e dois pontos de acesso local, que são as vias abertas aos moradores do bairro para chegarem às suas residências no entorno do estádio.
O perímetro da área de restrição veicular é formado pelas seguintes vias: Rua Dr. Luís Ayres (Radial Leste), sentido bairro, a partir do Túnel Águia de Haia; Avenida José Pinheiro Borges (Radial Leste), sentido centro, desde o Viaduto Cassiano Gabus Mendes; Avenida Calim Eid, sentido bairro, a partir do Viaduto Milton Leão; Avenida Itaquera, sentido bairro, junto à Rua Cesar Diaz; Avenida Miguel Inácio Curi, sentido centro, 200 metros depois da Avenida Itaquera; Rua Tomazzo Ferrara, sentido centro, junto à Rua Castelo do Piauí.
A maior parte dos moradores abordados disseram não ter conhecimento sobre a área de bloqueio, e não sabiam se haveria necessidade de cadastro para poder acessar o bairro nos dias de jogos. Um deles, no entanto, disse ter recebido um papel da prefeitura, informando que ele não poderia deixar seu carro estacionado na rua onde mora em dia de jogo. “Recebi um folheto hoje. Não sei como vai funcionar. Só sei pelo folheto”, disse Antonio Mondenini, que mora na Rua Edward Félix de Moraes. “Acho bom [o jogo ser aqui pertinho], mas esses bloqueios eu não estou entendendo”, disse ele.
Por meio de nota, a CET informou que hoje (31) é o último dia para que os moradores da região da Arena Corinthians sejam cadastrados. Segundo o órgão, a medida é necessária para garantir o acesso de veículos às áreas definidas como de restrição de circulação, já que nos dias de jogos somente veículos autorizados e cadastrados e torcedores com ingressos poderão acessar as áreas de bloqueio. Além disso, nos dias de jogos no Itaquerão não haverá bolsões de estacionamento. O acesso ao estádio será feito só por trem ou metrô.
De acordo com a CET, a autorização de acesso será utilizada a partir de amanhã, e só poderão entrar nas áreas de bloqueio os veículos com adesivo de morador. O cadastramento se limita a 130 residências/comércios da Rua Doutor Luís Ayres, Avenida do Contorno e Rua Manoel Ribas. Nos locais onde não havia ninguém, funcionários da CET deixaram carta no local, solicitando que os moradores ligassem para o telefone (11) 3396-8095 para reagendar a visita. Hoje (31) cedo, o órgão informou que o cadastramento já atingiu cerca de 90% dos moradores e comerciantes das três vias, e quem não se cadastrou receberia, até o fim do dia, visitas de equipes do Departamento de Marketing da companhia.
A CET ressaltou que nem todos os moradores e comerciantes serão cadastrados. A inscrição se limita a 130 residências. Na rua Doutor Luís Ayres, os moradores cadastrados vivem entre o túnel Águia de Haia e a Rua Maria Eugênio Celso, e terão acesso a suas residências apenas pelo ponto de bloqueio, na rua Peixoto Werneck. Já os moradores da Avenida do Contorno podem circular a partir do número 208; e na Rua Manoel Ribas, entre a Avenida do Contorno e a Rua Paulo Frontim, deverão acessar suas casas pela Rua Padre Viegas de Menezes e pela Avenida do Contorno. A saída deverá ser feita pela Rua Manoel Ribas, depois à esquerda na Rua Nova Petrópolis até chegar à Avenida Campanella.
A Agência Brasil visitou duas das três ruas ontem (30), e a maior parte dos comerciantes e moradores entrevistados disseram não ter sido informados sobre a área de interdição. O comerciante Tadeu Souza Brito, proprietário do bar Recanto dos Amigos, disse que ninguém da prefeitura informou sobre a área de bloqueio ou se poderia abrir o bar no dia do jogo. Já Fernanda Santos Souza, proprietária do salão de beleza Morenas Fashion Hair, confirmou ter recebido. “Eles mandaram uma notificação. Colocaram embaixo da porta do estabelecimento, na semana passada. Informa um período de bloqueio nos dias de jogos, seis horas antes de cada partida e só será liberado duas horas depois [do jogo]”, disse ela, que não fez cadastro, mas reclamou da interdição.
“Achei péssimo. Vai atrapalhar totalmente o meu negócio. Não posso me dar ao luxo de fechar porque vai ter um jogo. Aqui é uma avenida. Eu já não tenho estacionamento para os meus clientes. Fechando a via, o que vou fazer? Meus clientes terão que parar onde para vir? Vão vir a pé?” Fernanda diz que deve ter prejuízo considerável durante a interdição para os jogos da Copa, embora concorde com o evento. “Acho legal. Está valorizando bastante o bairro, que estava bem decaído. Com o estádio, vai crescer bastante o movimento para a região e para os comerciantes. Mas não acho certo o que estão fazendo. Se pegar o [Estádio do] Morumbi, lá não tem interdição nos dias de jogos, e é uma área de grande movimento. Por que aqui vai ter que interditar?”, reclamou ela.
José Laurindo, dono do Chamego's Bar e Restaurante, na Rua Maria Eugenio Celso, que cruza a Rua Doutor Luis Ayres e que não está inclusa na área de bloqueio, reclamou não ter sido informado sobre como vai funcionar o acesso à região nos dias de jogos. Ele, que mora em São Miguel Paulista e vem de carro para seu estabelecimento, disse que será prejudicado com a interdição nos dias de jogos. “Posso ser prejudicado sim. Se fechar a via ao meio-dia, e eu quiser vir abrir o estabelecimento depois disso, não vou conseguir. Vou ter que dar a volta, e vai estar tudo travado por aqui. E domingo já tem jogo-teste da Fifa. O que eu faço? Fico parado, deixo o estabelecimento fechado porque não posso trabalhar?”, disse ele, que pretende abrir o seu bar amanhã, durante o horário do jogo.
Matildes Araújo Gomes, moradora da Avenida Miguel Inácio Curi disse que não foi avisada sobre a interdição. “No último jogo que teve [o primeiro jogo-teste no estádio] eles interditaram aqui, mas a gente não sabia que ia interditar. Só os moradores puderam entrar. No caso, tinha que falar com os policiais que estavam no bloqueio para poder entrar”. Mas para o jogo de amanhã, Matildes disse não saber como vai funcionar. Vanusa de Almeida Ribeira, moradora da Rua Manoel Ribas, também disse não saber se a rua será interditada. “Ninguém falou não. Vai ser todos os dias?”, perguntou ela.
Sspeitos foram embora e assaltaram o comércio da cidade e no fim da noite acabaram presos.
Os constantes assaltos à agências dos Correios em todo o Rio Grande do Norte já viraram estatísticas para a Polícia. E nessa sexta-feira (30), mais um caso foi registrado em São Rafael só que dessa vez os suspeitos levaram apenas R$ 6.
De acordo com as testemunhas, cinco homens armados chegaram em duas motos e anunciaram o assalto, mas no momento a agência tinha apenas o valor de R$ 6 guardado.
Os suspeitos foram embora e assaltaram lojas do comércio da cidade e no fim da noite acabaram presos pela Polícia. O crime será investigado pela Polícia Federal.
O primeiro assalto à agência dos Correios de São Rafael foi no dia 31 de janeiro, onde apenas um homem armado conseguiu render todos os clientes e funcionários e levou uma quantia não divulgada. o segundo assalto foi registrado no dia 10 de fevereiro. fonte: no minuto
Elas passam horas na academia para suar a camisa e conquistar a boa forma tão sonhada. Depois, correm para a frente do espelho para fazer as “selfies” dos corpos sarados. Mas nem sempre essas famosas foram assim. Veja algumas que fizeram transformações em seus corpos. Gracyanne Barbosa, com certeza, é campeã no quesito. A barriga da mulher do cantor Belo, que já era seca, virou um "tancão". E as coxas da moça deixam as de muitos marmanjos para trás!
A modelo Caroline Bittencourt foi outra que sarou a barriga com muita malhação e também mudança na dieta.
A ginasta Jade Barbosa sempre teve o corpo malhado, por causa dos treinos puxados. Mas, aualmente, ela exibe a barriga saradíssima.
Juju Salimeni sempre chamou a atenção pelo corpaço. Mas, ultimamente, a ex-panicat atrai os olhares por causa do "tancão" e da coxas super malhadas.
A top Renata Kuerten é outra que se rendeu ao corpo mais sarado. Dona de um corpaço, ela agora exibe a barriga - antes chapada - já dividida em gominhos.
Siga a Toda Extra no Instagram
A partir de agora, você pode acompanhar dicas de moda, beleza, boa forma e comportamento no Instagram da Toda Extra (@TodaExtra). Por lá, vamos, inclusive, mostrar exemplos de "antes e depois". Não só de famosas, mas também de anônimas. As leitoras que têm histórias de emagrecimento, sem cirurgias e remédios, podem virar personagens de reportagens do Extra Online. Para isso, devem usar a hashtag#projetotodaextra em seus posts.
Parece que Clara (Giovanna Antonelli) já se decidiu por Marina (Tainá Muller). Nos próximos capítulos de "Em família", a moça é muito clara com o marido e com a fotógrafa. Primeiro, ela para de mentir para Cadu (Reynaldo Gianecchini) para sair com Marina. Sem medo, Clara conta a ele que marcou de passear com ela e, apesar de discutir com o marido, a jovem sai sem olhar para trás. E em segundo, Clara diz à amiga que ama. A declaração acontece num passeio ao shopping. As duas agem como se fossem namoradas e num determinado momento, elas pegam-se nas mãos, discretamente. No texto, Manoel Carlos escreveu que "o olhar deve ser sempre mais intenso do que as carícias explícitas". Elas olham-se, namorando. E falam ao mesmo tempo, em voz baixa: "Amo você". E depois as duas riem.
Clara e Marina param num restaurante bacana e começam a bater papo uma mesa discreta. De repente, a fotógrafa começa a esfregar seu pé suavemente na perna de Clara por baixo da mesa. Elas olham-se e sorriem. Nesse momento, Clara pega da sacola de compras um dos embrulhos que ela trouxe da loja e dá para Marina. "O cinto da vitrine da loja, que você gostou", conta Clara. Marina reage surpresa. "Você gostou, disse que ia passar num outro dia pra comprar, eu estou te dando de presente, não posso? Fiquei com vontade de te dar um presente. Nunca tenho essa oportunidade", diz Clara.
Marina encantada, abrindo o embrulho, pegando o cinto, enquanto fala."Muita delicadeza sua vir ao encontro do meu desejo. Eu ia passar mesmo aqui, num outro dia, pra comprar", diz Marina. As duas se olham com paixão. Marina encosta dois dedos nos próprios lábios e leva esses dedos ate os lábios de Clara, que fecha os olhos, com prazer. "Te amo, te amo, te amo", diz Marina para a amada. Só falta, agora, a mulher de Cadu se entregar realmente para a essa paixão.
Cena bizarra foi flagrada por câmera de segurança em escritório nos EUA. Sem a menor cerimônia, a funcionária levanta do vestido e aperta os seios para retirar leite materno e colocá-lo diretamente na xícara de café.
Países inteiros ou estados já legalizaram a produção, a comercialização e o uso da maconha e confiam em benefícios como a redução da criminalidade e o aumento da arrecadação. As marchas pela descriminalização da maconha atraem milhares de pessoas nas capitais brasileiras. Agora, chegou a hora de os legisladores avaliarem mudanças na legislação.
No Senado, a resposta inicial está nas mãos do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), relator da Sugestão 8/2014, proposta apresentada por um cidadão por meio do Portal e-Cidadania que atingiu 20 mil assinaturas de apoio em nove dias. Como outras sugestões que alcançam a marca, foi enviada à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que encarregou Cristovam de dar parecer sobre se a proposta tramitará como projeto de lei.
A proposta popular pede a regulação da maconha para usos medicinal, recreativo e industrial, com tratamento semelhante ao garantido ao álcool e ao cigarro. Os signatários querem uma lei que permita o cultivo caseiro; o registro de clubes de autocultivadores; o licenciamento de estabelecimentos de cultivo e de venda de maconha no atacado e no varejo; e a regularização do uso medicinal.
Cristovam garante ainda não ter uma posição em relação ao tema. Por isso, pediu a elaboração de um estudo detalhado à Consultoria Legislativa do Senado, que já lhe entregou o resultado. Antes de decidir, promete também ouvir especialistas, usuários e entidades contrárias à liberação em audiências públicas. Ele não esconde os dilemas por estar diante de um tema tão delicado.
- É um abacaxi – define Cristovam, que não quer ganhar o rótulo de “senador que liberou a maconha”, mas, por outro lado, não pretende fugir da sua obrigação de legislador.
Veja a entrevista completa:
Após avaliar o relatório dos consultores, o senhor já tem uma opinião firmada?
Cristovam Buarque – O estudo é um dos mais bem feitos que já recebi da Consultoria. Mas prefiro não considerar isso suficiente para decidir. Vou tomar muito cuidado e nem vou me deixar levar por um sentimento pessoal que tenho. Ou, na verdade, que não tenho, porque tenho uma ambiguidade em relação ao assunto. Tenho que ouvir muitas outras vozes. Vozes críticas, por exemplo. Há pessoas que defendem o uso de medicamentos originados da maconha, mas são contra a regulamentação do consumo para divertimento.
Quem são essas vozes a serem ouvidas?
Cientistas, gente da área de saúde, usuários e pessoas que representam, digamos, o sentimento moral da sociedade, porque isso também quero levar em conta.
Igrejas?
Sim, embora não seja isso que vá decidir. Se fosse por aí, não teríamos divórcio no Brasil até hoje, porque a igreja era radicalmente contrária a uma lei assim.
Mas o senhor acredita que a sociedade está pronta para caminhar nesse sentido? Pode-se considerar a liberação da maconha uma evolução?
Não vamos chamar de evolução. Os jovens estão prontos para uma posição de regulamentação do uso da maconha. A sociedade inteira, eu já não sei. Acredito que quando o assunto for realmente colocado em pauta as igrejas vão se manifestar. Quando o aspecto moral pesar, acho que a pressão contra esse projeto vai ser grande.
É o caso de se fazer um plebiscito?
Sim. O Brasil faz pouquíssimos plebiscitos. Sou favorável a plebiscitos até naquilo que me horroriza o risco do resultado. Por exemplo, sou favorável a um plebiscito sobre pena de morte. Vou fazer uma imensa campanha contra, mas quero ouvir o povo. Quero ouvir o povo sobre a redução da maioridade penal, embora eu vá morrer defendendo a idade penal como está. Da mesma forma, a obrigatoriedade do voto. Sou contra o voto facultativo, mas sou favorável ao plebiscito e cabe a mim tentar convencer as pessoas de que a eleição é um processo pedagógico do qual elas são obrigadas a participar.
O que seu eleitor espera do senhor em relação a esse tema?
Não tenho ideia. Tenho muitos votos na juventude e imagino que eles sejam favoráveis à liberação. Quando ando pelos corredores da UnB [Cristovam é professor da Universidade de Brasília] vez ou outra ouço gritos: “Libera, Cristovam”. Mas meu eleitor não é só esse jovem de cabeça aberta. Tenho muitos eleitores evangélicos, católicos. E, embora eu me ache avançado de ideias, sou muito quadrado na minha vida pessoal.
Entre regulamentação para alguns usos, descriminalização regulamentada e liberação total, onde o senhor mais enquadraria seu voto?
Não sei ainda. Mas há um detalhe. Acho que a liberação total da maconha seria um risco muito grande, não só em relação à própria maconha, mas em relação a todas as drogas. Até o cigarro e o álcool têm regulamentação. Por exemplo, a proibição de publicidade de cigarro, a advertência sobre o consumo de cerveja, a lei seca nas eleições, as embalagens com imagens de vítimas do produto no caso do cigarro.
O que pesa mais na sua consciência de legislador? As questões mais objetivas, como a saúde pública, ou de ética e moral?
Algumas perguntas têm respostas objetivas: a regulamentação aumenta o consumo? Diminui a violência? É bom para a medicina? Resolvidas essas três perguntas científicas ou racionais, sobra uma, a da moral. A sociedade está preparada? É uma decisão que leva em conta valores, e não só dos legisladores, mas do povo.
Então, respondidas as questões objetivas sobre a maconha, pode acabar sendo uma questão de moral?
Não sei. Não vou me antecipar.
O estudo da Consultoria enumera 12 pontos positivos na liberação da maconha, como o aumento de receitas tributárias, a redução da evasão de divisas, a melhoria da qualidade do produto. Também há argumentos negativos, como a sobrecarga da Previdência Social. O que mais importa?
Não há resposta fechada. Veja que até a sobrecarga da Previdência seria relativa. Tem gente que acredita que a descriminalização regulamentada da maconha baixaria o preço do produto, e assim os usuários do crack, que vêm pesando consideravelmente a seguridade social, migrariam para a maconha [que tem efeitos menos danosos que o crack]. Mas resta saber se a maconha vai barrar a ida ao crack ou, pelo contrário, será uma porta para o consumo de drogas mais pesadas.
E o que fazer diante desse tipo de dúvida?
Talvez, correr riscos e ver o que vai acontecer.
O estudo indica que 26% dos estudantes universitários declaram usar maconha e que 8% podem ficar dependentes. Como professor que vive o cotidiano da universidade, o senhor acha que o livre acesso à maconha pode alterar essa proporção?
Não é bom ter nenhum dependente. Mas quantos são dependentes de álcool? Quantos são dependentes de cigarro? A pergunta é: em que a maconha é pior do que o álcool e o cigarro? A maconha leva ao uso de outras drogas mais pesadas do que o álcool leva e o cigarro leva?
O que causa mais inquietação na análise desse tema?
Tenho quatro perguntas fundamentais que precisam ser bem resolvidas: A regulamentação aumenta o consumo e, portanto, a dependência numa parte dos que consomem? Segunda: a maconha é uma porta de entrada para outras drogas? Tenho escutado opiniões muito conflitantes em relação a isso. Terceiro: seu uso realmente tem impacto positivo ou negativo na saúde? Ela provoca lesões ao cérebro? Em maior ou menor proporção que o álcool? E quarto: a maconha diminui a violência porque acaba com o tráfico?
O estudo distingue usos farmacêutico, industrial e recreativo da maconha. Uma possibilidade é fazer uma liberação parcial, por exemplo, apenas para uso em medicamentos?
Pode existir a separação de usos, porque uma coisa é liberar o uso medicinal e as pesquisas de laboratórios, ainda que continue proibido o uso recreativo. Mas aí é preciso ver os argumentos para a proibição do uso recreativo. Tem gente que fica bem porque toma Valium. Tem gente que fica bem porque fuma maconha. A pessoa tem direito de querer ficar bem. Mas o que temos de ver: quem fuma maconha fica tranquilo? Ou fica violento? Porque, se gerar violência, a sociedade tem o direito de se defender e não liberar. Mas, aparentemente, a violência gerada pela maconha está mais no tráfico [por ser ilegal]. Então o automóvel [dirigido por uma pessoa bêbada] pode ser muito mais perigoso que a maconha.
E se esse “direito de ficar bem” onerar a saúde pública?
Sim, a sociedade tem de zelar pela saúde das pessoas inclusive proibindo substâncias danosas ou onerosas para elas e para o Estado por essa razão.
Isso passa por uma questão de ordem moral?
Sim. O Brasil passa hoje por quatro grandes temas morais que precisamos começar a discutir. São eles: drogas, aborto, eutanásia e doação automática de órgãos, mesmo que sem o consentimento da pessoa morta ou da família. São assuntos muito polêmicos dos quais os legisladores geralmente fogem por serem desastrosos eleitoralmente. Mas tem hora em que é preciso pensar na história, e não na próxima eleição.
O senhor tem dito que não vai se candidatar mais a cargo eletivo após o fim do atual mandato [em 2019]. Isso proporciona maior liberdade para tomar um a posição?
Muito mais. Estou muito mais livre. A pessoa chega a uma idade em que não precisa continuar na vida política, ela tem o direito de se aposentar. Não vejo obrigação de sair do Senado carregado num caixão.
O senhor tem duas filhas. O que elas pensam sobre a liberação da maconha?
Que eu saiba nunca experimentaram drogas. Talvez elas sejam tão caretas quanto eu.
O senhor tem medo do que essa matéria pode virar? De vir a ser conhecido como “o senador que liberou a maconha”?
Tenho (pausa). Eu gastei muitos anos de vida para ser o senador da educação. Não quero o carimbo de “senador que liberou a maconha”. Se eu tiver de colaborar para isso, é por uma obrigação histórica da qual não posso correr. Eu sinceramente não gostaria de ter assumido esse relatório [na CDH]. Para mim ele é um “abacaxi” muito grande. Não pedi, não queria, e pensei em recusar. Quer uma das razões pelas quais não recusei? Contei para minha mulher em casa e a Gladys [esposa do senador] me disse que eu não tinha direito de ficar na história como quem fugiu de um tema que a juventude precisava que fosse discutido.
Além da pena privativa de liberdade, a magistrada decretou a perda, em favor da União, de todos os bens apreendidos e sequestrados
O ex-goleiro Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, filho de Pelé, foi condenado a 33 anos e quatro meses de reclusão pelo crime de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Réus do mesmo processo receberam penas idênticas. São eles: Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho; Clóvis Ribeiro, o Nai; Maurício Louzada Ghelardi, o Soldado, e Nicolau Aun Júnior, o Véio ou Nick.
A decisão é da juíza Suzana Pereira da Silva, auxiliar da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, e contra a qual cabe recurso. Além da pena privativa de liberdade, a magistrada decretou a perda, em favor da União, de todos os bens apreendidos e sequestrados, “pois claramente adquiridos com dinheiro proveniente de práticas ilícitas”. Entre os bens, há mais de 100 veículos recolhidos em três lojas de Naldinho.
Em razão de responderem ao processo em liberdade, Edinho, Nick e Soldado poderão apelar soltos ao Tribunal de Justiça de São Paulo. No entanto, sob pena de terem a prisão preventiva decretada, eles deverão entregar seus passaportes no cartório do 1º Ofício Criminal de Praia Grande no prazo máximo de cinco dias, a partir da data em que forem intimados da sentença.
Segundo a juíza, a entrega dos passaportes é medida que se impõe a esses réus, “diante do montante da pena aplicada e do fato de ostentarem grande poder aquisitivo, a fim de eliminar o risco de fuga”. Naldinho e Nai não poderão recorrer em liberdade. O primeiro está sumido há mais de cinco anos e é considerado foragido pela Justiça. O segundo teve a preventiva decretada no curso do processo e já está preso.
A ação penal de lavagem de dinheiro é derivada de outra, relacionada a tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma e munições, ainda em trâmite na 1ª Vara Criminal de Praia Grande. Além dos cinco réus agora condenados, outros fazem parte do processo originário, cuja base foi a Operação Indra, deflagrada em junho de 2005 pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc).
As funções
Segundo a promotora de justiça Ana Maria Frigério Molinari, autora das denúncias que deram origem às duas ações, Naldinho era o cabeça de uma organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas. Com base em Santos, a quadrilha tinha ligações com a facção carioca Comando Vermelho e era responsável por abastecer de entorpecentes morros do Rio de Janeiro. Nai, por sua vez, seria o número dois do bando.
Padrinho de um sobrinho de Naldinho e considerado como “tio” pelo chefe da quadrilha, Nick é apontado pela representante do Ministério Público (MP) como “braço financeiro” da organização. Edinho articularia a lavagem de dinheiro, servindo de “liame entre a parte armada e a financeira da quadrilha”, conforme a promotora. Em relação a Soldado, Ana Molinari disse que ele exercia “atividades de ocultação de bens”.
O Denarc interceptou com autorização judicial mais de cem telefones em cerca de oito meses. Desde o início, Naldinho era o alvo principal, mas durante as investigações, a partir dele, surgiram os demais acusados. Em uma das ligações monitoradas, Edinho fala ao chefe da quadrilha para entrar com o dinheiro, que ele entraria com o nome, em suposta alusão a Pelé, seu pai. O diálogo se referia à abertura de uma empresa.
Atualmente treinador de goleiros do Santos, Edinho não estava no clube ontem à tarde. A Tribuna tentou contato com ele por meio da assessoria de imprensa do clube, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Mesmo longe da telinha, as ex-BBBs Kelly Medeiros, da 12ª edição do reality show, e Marien Carretero, da 13ª, continuamfaturando. As gatas acabam de posar juntas para uma campanha de uma marca de biquínis e, em ótima forma, vestiram maiôs bem decotados. A baiana Kelly optou por um modelito de oncinha, enquanto a mineira Marien usou um de cor azul.
Sem citar o nome do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o presidente nacional do PT, o deputado Rui Falcão, criticou nesta sexta-feira o que chamou de “caça a uma determinada figura política que se afasta”, por parte dos adversários do governo.
Falcão, que não quis comentar a aposentadoria precoce de Barbosa, defendeu a aliança do PT com o PP, simbolizada pelo deputado Paulo Maluf, em São Paulo e na campanha à reeleição presidencial.
Rui Falcão, que coordena a campanha da presidente Dilma Rousseff, disse que selou uma “aliança com princípios” e que o PP, por meio do presidente da legenda, o senador Ciro Nogueira, entregou aos petistas uma lista com onze medidas para serem incluídas no programa de governo. Com a aliança, o PT pode chegar a 12 minutos de tempo do horário eleitoral.
Estado acumula números de verdadeira guerra civil: média é de quase 150 mortos por mês
Diego Hervani
Repórter
O Rio Grande do Norte chegou ao último dia do mês de maio com uma marca nada animadora. De acordo com o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), 741 pessoas já foram mortas no RN apenas nos cinco primeiros meses do ano.
A média é de 4,9 pessoas assassinadas todos os dias, ou 148,2 por mês. As estatísticas apresentadas pela CEDH apontam a Grande Natal com a maior quantidade de ocorrências, com 441, com a capital potiguar disparada na liderança, com 244 homicídios. Em seguida vem Parnamirim, com 66, São Gonçalo do Amarante, com 32, Macaíba, com 30, Ceará Mirim, com 19 e Extremoz, com 15. Em relação por índice para cada 100 mil habitantes, São José do Mipibu apresenta o maior resultado, com 56,68, seguido de perto por Extremoz, que tem 56,23.
Os números traduzem bem o atual momento da segurança no Estado. No início da semana, o Mapa da Violência 2014 divulgado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), apontou o Rio Grande do Norte como o Estado com o maior percentual de crescimento nos casos de homicídios entre os anos de 2002 e 2012 no Brasil, com um aumento de 272%.
Esse crescimento registrado no território potiguar foi bem superior do que a média nacional, de 2,1%, e do que a média do Nordeste, de 73,5%. Segundo a pesquisa, em 2002 foram contabilizados 301 homicídios, enquanto em 2012 foram 1121 assassinatos.