O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, bancou quase um terço da campanha a deputado estadual de Luiz Moura (PT) em 2010.
O parlamentar, que explora o serviço de transporte na capital, foi flagrado pela polícia num encontro com integrantes da facção criminosa PCC na sede da cooperativa da qual faz parte, a Transcooper. A investigação foi revelada pela Folha.
O parlamentar, que explora o serviço de transporte na capital, foi flagrado pela polícia num encontro com integrantes da facção criminosa PCC na sede da cooperativa da qual faz parte, a Transcooper. A investigação foi revelada pela Folha.
Sozinho, o secretário de Fernando Haddad (PT) fez 23 doações à campanha de Moura, totalizando R$ 201 mil –ou 29% de tudo o que a sua candidatura arrecadou naquela campanha. O petista elegeu-se com 104.705 votos.
Procurado, Tatto se limitou a dizer que sua resposta era a mesma enviada na quinta-feira (22) pela Secretaria de Transportes.
"A relação política que o secretário Jilmar Tatto tem com o deputado Luiz Moura ocorre no âmbito institucional e democrático, da mesma forma que com os demais parlamentares do PT e de outras legendas", diz a nota.
O deputado participou de uma reunião, em março, em que estavam presentes ao menos 13 membros da facção criminosa PCC, segundo investigações da Polícia Civil.
À TV Band o deputado negou que soubesse da presença de criminosos. "Graças a Deus, eu nunca tive ligação com nenhuma facção criminosa. Isso eu posso falar com a maior tranquilidade do mundo", disse.
A polícia investigava a série de atentados a ônibus ocorridos na cidade. O petista afirmou que o encontro tinha o objetivo de impedir uma greve no setor.
"Estava prestando um serviço à população [...] O que estão tentando atribuir à mim é perseguição política."
"Estava prestando um serviço à população [...] O que estão tentando atribuir à mim é perseguição política."
A operação policial foi revelada pelo subsecretário estadual de Comunicação, Márcio Aith, na quarta-feira durante programa de José Luiz Datena, na TV Band. Entre os suspeitos do PCC no local, havia um dos ladrões do Banco Central no Ceará, em 2005 –solto por ordem da Justiça.
Desses 13 suspeitos do PCC, 11 não tinham ônibus ou ligação formal com a cooperativa e, assim, para a polícia, não tinham razões para estarem em reunião que, em tese, estaria discutindo interesses da categoria.
Moura faz parte do conselho administrativo da cooperativa, segundo dados da Junta Comercial de São Paulo, embora sua assessoria diga que ele está afastado.
A cooperativa tem três permissões de transporte público na capital.
Moura, ex-presidiário por assalta a mão armada no Paraná em 1991, contribuiu na administração Marta Suplicy (2001-2004) na organização do transporte coletivo na capital, quando havia uma série de conflitos da prefeitura com perueiros clandestinos.
Em 2012, Marta, então candidata ao Senado, fez uma doação de R$ 35 mil a Moura.
fonte: Folha.com
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