Diego Hervani
Repórter
Em assembleia realizada na manhã deste sábado (24), os Praças da Polícia Militar e Bombeiros Militares decidiram manter acampamento no local até a próxima segunda-feira (26), quando uma nova reunião definirá o rumo da categoria, que cogita paralisar as atividades na terça-feira (27).
“A partir de hoje faremos acampamento aqui na Governadoria. Infelizmente o Governo deixou a situação chegar até onde está. Nos prometeram um monte de coisas, mas até agora tudo só ficou na base da promessa. Agora vamos esperar a assembleia dos Oficiais, que acontecerá neste domingo (25). Na segunda-feira pela manhã iremos decidir o que fazer. Mas com a falta de resposta do Governo, a paralisação das atividades é eminente”, afirmou Eliabe Marques, presidente da Associação de dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros do RN (ASSPMBM-RN).
Eliabe disse que espera que a atitude faça com que o Governo perceba que a categoria não está contente com a maneira com a qual as reivindicações da categoria estão sendo tratadas. “Fizemos uma paralisação no último dia 22 de abril e só então o Governo passou a nos receber. Eles atenderam as nossas reivindicações de forma parcial. Mas não é isso que queremos. O Governo ficou tanto tempo sem melhorar as nossas condições de trabalho que agora a pauta cresceu”.
De acordo com Roberto Campos, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do RN, a reunião com o secretário de segurança do Estado, o general Eliéser Girão, que aconteceu nesta sexta-feira (23), foi frustrante. “Nós conversamos com ele, mas ele não nos apresentou nada. Questionamos se pelo menos a pauta principal, que é a reposição dos subsídios que há cerca de dois anos não é feita, teria avançado. Mas ele disse que não. Então saímos da reunião realmente chateados. Pois há mais de um mês que nos foi prometido que as reivindicações seriam analisadas, mas até agora nada”.
A relação entre associações e Eliéser Girão não tem sido das melhores. Desde que assumiu em março, constantemente o general tem sido chamado de “ditador” e tem tido sua maneira de gerir a Sesed questionada pelas próprias associações. “Minha gestão pública é com meu CPF e com o CPF dos comandantes, delegado geral. Minha gestão tem que ser com eles. Os sindicatos, associações, eu recebo, converso, mas exijo ser respeitado. Tem sindicato que não está me respeitando. Quem não me respeita, eu não converso. Se eles estão desacostumados, só ficam desrespeitando as pessoas, ao invés de irem trabalhar, eu prefiro manter distância”, afirmou Eliéser em contato recente com o Jornal de Hoje.
Ele também argumentou que precisa de tempo para conseguir atender toda a demanda da categoria. “As pessoas precisam entender que isso não é feito de uma hora para outra. Como falei, todos os dias eu estou me reunindo, discutindo para tentar encontrar a melhor solução. Mas tenho que fazer isso com responsabilidade. Tenho me reunido com o Tribunal de Contas, pois essa questão de promoção de praças, nomeação de comissões, tem que ser tudo muito bem tratado para não prejudicar ninguém. Estamos fazendo uma gestão com responsabilidade”.
Apesar de em outras oportunidades ter criticado a maneira como Eliéser Girão estava negociando com a categoria, Roberto Campos afirmou que desta vez ele conseguiu “convencer”. “Ele foi muito sincero nas declarações. Falou que estava tentando, mas que não pode resolver tudo sozinho, que depende de uma equipe de Governo e que não tinha conseguido reunir essa equipe. Ele disse que as diárias operacionais seriam aumentadas, de R$ 50 para R$ 80, mas que estava esperando a resposta do Tribunal de Contas. Mas foi o que falamos para ele, queremos soluções mais concretas”.
Dentre a pauta de reivindicações, a categoria está cobrando o enquadramento dos níveis remuneratórios, revisão das Diárias Operacionais, revisão do Estatuto da Polícia Militar, assistência psíquica aos servidores, pagamento das promoções em atraso, revogação do Decreto 20663/2008, que altera as normas para o limite quantitativo das promoções dos oficiais e a causa prioritária que é a reposição do subsídio de 56,7% que há cerca de dois anos não vem sendo cumprida pelo Governo.
Em entrevista recente, o general Eliéser Girão afirmou que caso os policiais e bombeiro realmente realizem a paralisação, ele irá entrar na Justiça para que a greve chegue ao fim. O secretário acrescentou ainda que não descarta nem mesmo convocar o Exércio para fazer a segurança das ruas de Natal caso a mobilização dos PMs se concretize.
fonte: JHRN
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