Decisão da deputada não passou por análise dos demais petistas, provocando insatisfação dos correligionários
Alex Viana
Repórter de Política
A deputada federal Fátima Bezerra (PT), pré-candidata ao Senado, escolheu um ex-secretário da gestão Wilma de Faria (PSB), sua provável adversária nas eleições deste ano, para ser seu primeiro suplente de senador. O fato, veiculado nas últimas horas, eclodiu uma nova crise na aliança com o PSD e o PC do B.
Além de escolher um ex-auxiliar do governo Wilma de Faria, Jean Paul Prates, ex-secretário de Energia, para suplente, a crise também se deve à restrição, feita pelo PT, de que só petistas poderão assumir a primeira e a segunda suplência da deputada. É a segunda exigência do PT considerada prejudicial à chapa Robinson governador, Fátima senadora.
A primeira reivindicação que prejudicou o palanque de Robinson e Fátima foi a requisição, da parte dos petistas, de que a chapa proporcional para deputado estadual tinha que excluir o PSD dos deputados José Dias e Gesane Marinho. Inicialmente, os petistas partiriam para uma aliança “puro sangue”, ou seja, apenas com candidato do PT a deputado estadual.
Num segundo momento, após a exclusão do PDS, o PT abriu para se coligar com o PC do B. O fato gerou a retaliação da deputada estadual Gesane Marinho, que terminou desistindo de concorrer à reeleição, abandonou o palanque e o projeto de Robinson e Fátima e anunciou o apoio do seu grupo político à pré-candidata de Henrique Alves ao governo do Estado e Wilma de Faria ao Senado.
Agora, o PT restringe a indicação dos suplentes de Fátima aos petistas, expondo novo flanco na aliança. O presidente estadual do PC do B, Antenor Roberto, relatou que em reunião com Fátima foi informado sobre a resolução dos petistas definindo as indicações para suplência como sendo exclusivas do próprio PT.
Em entrevista à imprensa, ele apontou “falta de inteligência” na postura do PT e “acumulação política” inexplicável. “Não há inteligência política nisso. Se o PT tivesse nome que agregasse política e eleitoralmente poderia ser explicada essa acumulação política do PT”, analisou Antenor Roberto.
O nome de Jean Paul Prates não é consenso nem mesmo dentro do PT. O partido também quer indicar o empresário Raimundo Glauco para primeiro suplente. A seus interlocutores, Fátima tem dito que Jean Paul, pelo perfil técnico, agrega mais à chapa. Mas, há controvérsias. Há quem defensa um nome ligado ao empresariado ou a segmentos específicos da sociedade, como o presidente da CUT no RN, José Rodrigues Sobrinho.
Caso fosse aberto ao PC do B indicar, o nome do próprio presidente da legenda, Antenor Roberto, é bem visto. Entretanto, não é o único. O próprio dirigente do PC do B aponta a indicação de Airene Paiva, tabelião em Parnamirim filiado ao PCdoB. “Ele viria a integrar e somar porque faz parte de um segmento presente em todo Estado. A categoria dos tabeliães é importante e somaria para chapa”, avaliou Antenor, ressaltando que a indicação do seu partido serviria para acumular força “política e eleitoral”.
fonte: JHRN
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