Cartaz com a palavra "greve" é visto no centro de controle da estação de metrô Ana Rosa durante o quinto dia de protesto dos trabalhadores de metrô
Após o confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo, pelo menos 13 metroviários grevistas foram detidos dentro da Estação Ana Rosa nesta manhã de segunda-feira (9/6). No quinto dia de greve, funcionários do Metrô fazem uma passeata no bairro do Paraíso, na região da Avenida Paulista. O ato ocorre na Rua Vergueiro, no sentido centro, e a previsão é que sigam até a sede da Secretaria de Segurança Pública.
Segundo os metroviários, depois do confronto com a Tropa de Choque, que lançou bombas de gás e balas de borracha, 13 grevistas ficaram detidos dentro da Estação Ana Rosa. Homens da PM fizeram um bloqueio em frente à entrada da estação. Mais cedo, os manifestantes também fizeram barricadas e queimaram lixo em frente à estação. Os metroviários informaram que a PM permitiu a entrada de dois advogados e que os detidos serão encaminhados ao 26º Distrito Policial.
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Braços cruzados
Os metroviários de São Paulo decidiram enfrentar a decisão da Justiça paulista, que estipulou multa de R$ 500 mil por dia parado, e anunciaram a manutenção da greve, que já dura cinco dias. No início da tarde de hoje, os grevistas avaliam, em assembleia, se continuam com os braços cruzados. Na reunião, feita na tarde de ontem, quatro pessoas falaram contra, e quatro, a favor do movimento. O resultado foi aferido pela quantidade de pessoas que levantaram a mão em defesa da paralisação.
A assembleia foi convocada após decisão unânime do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de considerar a paralisação abusiva. Um grupo de oito desembargadores do TRT estabeleceu multa de R$ 500 mil por dia para os sindicatos dos metroviários e dos engenheiros e de R$ 100 mil/dia para os quatro dias anteriores ao julgamento de ontem. Também na decisão de ontem, o TRT votou a favor do desconto do salário dos grevistas pelo tempo parado e estabeleceu um aumento de 8,7%. A categoria quer reajuste de 12,2%.
Metroviários devem recorrer
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Melo Prazeres, anunciou a intenção de recorrer. Ele ainda disse que não deseja a manutenção do movimento até a Copa. Prazeres pediu desculpas à população pelo transtorno e ressaltou que espera chegar a um acordo com o Metrô o mais rápido possível. “Tem uma Copa do Mundo, o maior evento esportivo do mundo. O governo do estado tem eleições no fim do ano, tem que negociar. Temos que enfrentar o governo”, justificou Prazeres. O pleito dele é por um aumento de dois dígitos, como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, concedeu aos motoristas.
O piso dos metroviários é de R$ 1.323,55. Em nota, o Metrô se comprometeu a cumprir a decisão judicial e afirmou que aguarda o retorno imediato dos trabalhadores. “Os excessos apurados durante a greve serão tratados em conformidade com os instrumentos internos e a legislação trabalhista”, diz trecho da nota. Ontem, as estações demoraram cerca de uma hora e meia para abrir e apenas 30 das 61 administradas pelo Metrô estavam abertas.
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