quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Bancários deflagram greve por tempo indeterminado e paralisação atinge bancos públicos e privados

Funcionários de bancos públicos e privados cruzaram os os braços esta manhã e categoria não tem prazo para retorno. Foto: Heracles Dantas
Funcionários de bancos públicos e privados cruzaram os os braços esta manhã e categoria não tem prazo para retorno. Foto: Heracles Dantas
Conforme vinha sendo sinalizado pelos sindicatos e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf – CUT), a população brasileira, de fato, ficou com o acesso aos serviços bancários absolutamente restrito. Foi deflagrada, nesta quinta-feira (19), greve geral da categoria, sem previsão de volta.
De acordo com informações do Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte, a paralisação atinge tantos os bancos públicos como os privados. A única exceção – pelo menos até o momento – é o Bradesco, mas se espera que os funcionários da instituição façam a adesão à greve até amanhã. Conforme já havia sido adiantado pela entidade classista, a pauta de reivindicações estava nas mãos da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) desde julho, mas não houve qualquer acerto entre as partes nas negociações, o que levou à instauração do movimento grevista em todo o País.
Segundo a líder sindical da categoria no RN, Marta Turra, as propostas da Fenaban estão fora da realidade, pois sequer cobrem a inflação do período. “Infelizmente foi necessário que cruzássemos os braços. A Federação prefere penalizar a população, em vez de tratar as coisas de maneira mais responsável. Estamos pedindo reajuste salarial imediato de 22%, mais o parcelamento da reposição integral das perdas, mas eles ofereceram apenas 6,1% de aumento, é ridículo”, afirma.
Os bancários sustentam o movimento especialmente no fato das instituições estarem seguidamente batendo recordes de arrecadação. O Banco do Brasil, por exemplo, movimentou – no primeiro semestre de 2013 – praticamente o mesmo valor registrado em todo o ano passado. Espera-se que os lucros totais desse ano superem a marca dos R$ 25 bilhões. “Enquanto isso”, conta a presidente do sindicato, “os funcionários padecem pelo acúmulo de serviço, péssimas condições de trabalho, pressão por metas. Cerca de 30% do efetivo dos quadros de recursos humanos do BB estão afastados pelo INSS, com problemas de saúde. É um número absurdo, algo precisa ser feito. Tem muita gente aprovada em concurso aguardando convocação há tempos e os bancos não chamam, mesmo com um déficit gigantesco de mão de obra”, denuncia.
Dentre as demais reivindicações presentes na pauta estão a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15; piso de R$ 2.860,21, além de auxílios-alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 678 ao mês.

Alternativas possíveis para driblar a greve
Apesar do transtorno enfrentado pela população devido às ações da greve, os prazos para pagamento de faturas não sofrem alteração. O consumidor precisa ficar atento às maneiras alternativas para cumprir seus compromissos em dia, sob pena de arcar com juros e multas em caso de atraso.
As opções são variadas, como o internet banking, pagamento direto na sede da empresa, casas lotéricas ou o uso do código de barras para pagamento nos caixas de autoatendimento, entre outros. Para garantir que não haja nenhum mal entendido com relação ao que foi pago, é recomendado que as pessoas guardem todos os comprovantes, tanto indicando que o credor foi procurado para tentar resolver as pendências como os que mostram a quitação dos débitos. Segundo o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Idec), em caso de pagamento via internet, o comprovante deve ser impresso. Já nas transações realizadas por telefone, o número do protocolo deve ser anotado.
Já no caso de contas que já se encontram atrasadas, o procedimento indicado é fazer o pagamento normalmente pelos canais alternativos do banco, mas, quando se tratar de títulos de cobrança, a Federação Brasileira de Bancos orienta que o consumidor solicite novo boleto com data e valores atualizados junto ao cedente, serviço usualmente disponível nos sites das próprias instituições – mesmo para não-correntistas.
De acordo com a representante sindical Marta Turra, em conversa com a equipe de reportagem de O Jornal de Hoje esta manhã, parte dos serviços bancários básicos deveria ser obrigatoriamente mantida, como depósitos via envelope ou desbloqueio de cartões. A situação encontrada na agência Rio Branco do Banco do Brasil, porém, era diferente.
O contador Francisco Silva tentava fazer um depósito simples, mas foi impossibilitado pela falta de envelopes. “Eu acho um absurdo que a população seja afetada dessa maneira. O serviço prestado pelos bancos já é extremamente deficiente, a gente sofre todos os dias com filas intermináveis, agora tem que aturar até greve? Qual o motivo de sobrar para a população? Não tem lógica nenhuma, é ridículo”, esbravejou.
De acordo com um funcionário do BB, que preferiu não ser identificado, a adesão ao movimento foi enorme, o que inviabilizou até mesmo o serviço de compensação, por isso os envelopes foram recolhidos.

DO JHRN

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