Os edifícios Aldebaram e Infinity, em Areia Preta, e outras cinquenta casas das ruasGuanabara e Atalaia, em Mãe Luiza, foram evacuados de forma preventiva por causa das fortes chuvas e risco de deslizamento. A informação foi confirmada pela Defesa Civil do Município e Corpo de Bombeiros.
Segundo o assessor do Corpo de Bombeiros, Tenente Couceiro, a Prefeitura de Natal deve disponibilizar estrutura em escolas públicas localizadas na comunidade de Mãe Luiza para abrigar famílias que não tiverem onde passar a noite.
Equipes do Exército, Polícia Militar, Samu Natal E Samu Metropolitano está em alerta para possíveis emergências. Mas até o momento, não há informações sobre feridos. “É bom esclarecer que são medidas preventivas”, explica Ten. Couceiro.
Neste momento, o Prefeito Carlos Eduardo está reunido com os secretários municipais para adotar um plano emergencial para amparar as famílias atingidas e tomar providências necessárias.
Há informações, ainda não confirmadas, de que a Cosern está desligando o fornecimento de energia para a a área sob risco de deslizamento. “Estamos checando essa informação, mas essa é uma atitude normal nesse tipo de situação, para evitar choques elétricos”, explicou Ten. Couceiro.
Chuvas
O segundo dia seguido de chuvas em Natal teve deslizamento de terra, desabamento de casas, interdições e alagamentos em vários pontos da cidade. Os problemas ocorrem em meio à Copa do Mundo de Futebol, que tem a capital entre as 12 cidades sedes dos jogos.
Um dos principais problemas está na rua Guanabara, no bairro de Mãe Luíza, onde uma cratera se abriu, ontem, provocando um deslizamento em direção à avenida DinarteMariz, na praia de Areia Preta. O trecho é um dos corredores de passagem para os hotéis da Via Costeira - onde estão hospedadas as seleções do México e dos Estados Unidos.
A meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte(Emparn), registrou 221 mm de chuvas na zona Leste de Natal nas últimas 48h, enquanto a média para todo o mês de junho é de 284mm.
Segundo a Defesa Civil, houve novos deslizamentos de terra hoje, a cerca de 50 metros da área afetada ontem. Duas casas teriam sido atingidas. Um muro próximo à praia de Areia Preta também caiu.
O trânsito foi bloqueado na avenida. Uma montanha de areia levantada no dia anterior, para servir de contenção, não foi suficiente para evitar a queda.
Apenas moradores e hóspedes da área, além de “veículos oficiais”, como carros do exército, tinham a passagem autorizada por servidores da Secretaria Municipal deMobilidade Urbana (Semob), até o início da noite, e não havia previsão para a liberação de 100% do tráfego. A Urbana removia a areia da pista, com o reforço de máquinas e de ao menos 15 homens.
Moradora do imóvel localizado no ponto mais alto da avenida Guanabara, última rua antes da av Silvio Pedroza, a jornalista Dodora Guedes decidiu deixar sua residência por volta das 21h deste sábado, depois que a energia foi cortada pela Defesa Civil. “Moro no ponto mais alto daquela rua, de frente para a praia de Miami e saída pela Guanabara, e embora minha casa não tivesse sido afetada, cortaram a energia de toda a região de Areia Preta. Não havia muito o que fazer, recebi a recomendação do Corpo de Bombeiros de deixar o local. Saímos de casa com a roupa do corpo”, contou.
Dodora informa que não houve danos materiais em sua casa e também não tem informação sobre feridos na vizinhança, mas encontrou muitos moradores no meio da rua
Reunião
O gerente de Operações da Urbana, Joseildes Medeiros, informou à reportagem daTRIBUNA DO NORTE que representantes de diversas secretarias municipais estavam reunidos no Palácio Felipe Camarão, sede da Prefeitura. Ele disse não ter informações detalhadas sobre o encontro, mas cogitou que estariam em pauta os problemas decorrentes das chuvas.
Na rua Guanabara - “ladeira acima” para quem está em Areia Preta e ponto de origem do deslizamento da sexta-feira - homens usavam “sacos de areia” para evitar a queda de outro muro, que causaria um problema maior. O muro está na mesma área em que a cratera foi aberta na sexta e de onde partiu o deslizamento de terra.
“Se continuar chovendo, há risco de um novo deslizamento. É esse muro que está segurando tudo”, disse o doutor em Engenharia Civil Ricardo Severo, que atua na área de geotécnica, em campos como a estabilização de encostas. Ele estava com uma equipe da prefeitura no local e afirmou que, em um cenário mais pessimista, há a possibilidade de queda do muro, de uma escada e de parte da rua. “Mas não tem fissura no local, não tem indício de que isso vá acontecer”, frisou, no final da tarde, afirmando que não havia risco para prédios construídos nas proximidades.
O secretário municipal de obras, Tomaz Neto, estava na área, mas se negou a dar entrevista. “Estou muito ocupado trabalhando, mobilizando pessoas”, disse, no final da tarde.
Havia a expectativa de que ao menos três casas na rua Guanabara fossem desocupadas.
Desmoronamento
A poucos quilômetros dessa área, na rua Lins Bahia, em uma área conhecida como “favela do Jacó”, a Defesa civil interditou 11 casas, após três delas terem desmoronado. “Cozinha, banheiro e quintal. Mais quatro casas correm o mesmo risco”, informou o agente da Defesa Civil, José Vanderli. “Nos fundos dessas casas tem um muro de arrimo, que serve de encosta. É aí que está o problema”, disse o agente. Os problemas, na área, começaram por volta das 16h.
Os desmoronamentos não deixaram feridos, mas deixaram em prantos a desempregada Lenice Patrício do Nascimento. A casa em que vivia há sete meses com o marido foi a primeira cair. “Ontem, as paredes e o chão já estavam rachados. Hoje eu puxei amáquina de lavar da área de serviço e tudo caiu (a área de serviço e a cozinha). Veio primeiro o teto e depois o chão e uma avalanche de lama e barro”, contou, com os olhos marejados. A casa era conjugada com a da irmã, que também desmoronou. “Só consegui salvar a geladeira, o fogão e a máquina de lavar roupas. Está tudo espalhado na casa dos vizinhos. Meu sofá e o meu quarto foram embora”, lamentou Lenice.
De acordo com agentes da Defesa Civil. “todas as áreas da cidade enfrentam problemas com as chuvas de hoje. A 50 metros da área em que houve deslizamento em areia preta, houve um novo deslizamento em mão Luiz e duas casas foram atingidas. Na Zona Norte de Natal, no loteamento Aliança, por trás do Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN), uma cratera com 5 metros de profundidade se abriu, disse o agente José Vanderli.
Shopping
Os problemas não ficaram restritos às ruas de Natal neste sábado. No shopping Midway Mall, a loja de roupas Renner fechou as portas após parte do teto ter cedido. Não há informações sobre problemas em outras lojas do shopping.
Segundo o assessor do Corpo de Bombeiros, Tenente Couceiro, a Prefeitura de Natal deve disponibilizar estrutura em escolas públicas localizadas na comunidade de Mãe Luiza para abrigar famílias que não tiverem onde passar a noite.
Magnus Nascimento/celularEdifícios são evacuados em Areia Preta, deslizamento de terra causa prejuízos
Equipes do Exército, Polícia Militar, Samu Natal E Samu Metropolitano está em alerta para possíveis emergências. Mas até o momento, não há informações sobre feridos. “É bom esclarecer que são medidas preventivas”, explica Ten. Couceiro.
Neste momento, o Prefeito Carlos Eduardo está reunido com os secretários municipais para adotar um plano emergencial para amparar as famílias atingidas e tomar providências necessárias.
Há informações, ainda não confirmadas, de que a Cosern está desligando o fornecimento de energia para a a área sob risco de deslizamento. “Estamos checando essa informação, mas essa é uma atitude normal nesse tipo de situação, para evitar choques elétricos”, explicou Ten. Couceiro.
Chuvas
O segundo dia seguido de chuvas em Natal teve deslizamento de terra, desabamento de casas, interdições e alagamentos em vários pontos da cidade. Os problemas ocorrem em meio à Copa do Mundo de Futebol, que tem a capital entre as 12 cidades sedes dos jogos.
DivulgaçãoImagens de satélite mostram nuvens sobre o litoral leste potiguar
Um dos principais problemas está na rua Guanabara, no bairro de Mãe Luíza, onde uma cratera se abriu, ontem, provocando um deslizamento em direção à avenida DinarteMariz, na praia de Areia Preta. O trecho é um dos corredores de passagem para os hotéis da Via Costeira - onde estão hospedadas as seleções do México e dos Estados Unidos.
A meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte(Emparn), registrou 221 mm de chuvas na zona Leste de Natal nas últimas 48h, enquanto a média para todo o mês de junho é de 284mm.
Segundo a Defesa Civil, houve novos deslizamentos de terra hoje, a cerca de 50 metros da área afetada ontem. Duas casas teriam sido atingidas. Um muro próximo à praia de Areia Preta também caiu.
O trânsito foi bloqueado na avenida. Uma montanha de areia levantada no dia anterior, para servir de contenção, não foi suficiente para evitar a queda.
Apenas moradores e hóspedes da área, além de “veículos oficiais”, como carros do exército, tinham a passagem autorizada por servidores da Secretaria Municipal deMobilidade Urbana (Semob), até o início da noite, e não havia previsão para a liberação de 100% do tráfego. A Urbana removia a areia da pista, com o reforço de máquinas e de ao menos 15 homens.
Moradora do imóvel localizado no ponto mais alto da avenida Guanabara, última rua antes da av Silvio Pedroza, a jornalista Dodora Guedes decidiu deixar sua residência por volta das 21h deste sábado, depois que a energia foi cortada pela Defesa Civil. “Moro no ponto mais alto daquela rua, de frente para a praia de Miami e saída pela Guanabara, e embora minha casa não tivesse sido afetada, cortaram a energia de toda a região de Areia Preta. Não havia muito o que fazer, recebi a recomendação do Corpo de Bombeiros de deixar o local. Saímos de casa com a roupa do corpo”, contou.
Dodora informa que não houve danos materiais em sua casa e também não tem informação sobre feridos na vizinhança, mas encontrou muitos moradores no meio da rua
sem
saber para onde ir. “As pessoas ficaram com medo e saíram das suas casas e até o momento não haviam sido levadas para um abrigo temporário”. O deslizamento ocorreu a cerca de 700 metros da residência da jornalista, uma área cheia de vielas onde segundo ela é comum formação de corredeiras em dias de chuvas. Reunião
O gerente de Operações da Urbana, Joseildes Medeiros, informou à reportagem daTRIBUNA DO NORTE que representantes de diversas secretarias municipais estavam reunidos no Palácio Felipe Camarão, sede da Prefeitura. Ele disse não ter informações detalhadas sobre o encontro, mas cogitou que estariam em pauta os problemas decorrentes das chuvas.
CedidaPrefeito Carlos Eduardo se reúne no gabinete e determina que todas as secretarias fiquem em alerta
Na rua Guanabara - “ladeira acima” para quem está em Areia Preta e ponto de origem do deslizamento da sexta-feira - homens usavam “sacos de areia” para evitar a queda de outro muro, que causaria um problema maior. O muro está na mesma área em que a cratera foi aberta na sexta e de onde partiu o deslizamento de terra.
“Se continuar chovendo, há risco de um novo deslizamento. É esse muro que está segurando tudo”, disse o doutor em Engenharia Civil Ricardo Severo, que atua na área de geotécnica, em campos como a estabilização de encostas. Ele estava com uma equipe da prefeitura no local e afirmou que, em um cenário mais pessimista, há a possibilidade de queda do muro, de uma escada e de parte da rua. “Mas não tem fissura no local, não tem indício de que isso vá acontecer”, frisou, no final da tarde, afirmando que não havia risco para prédios construídos nas proximidades.
O secretário municipal de obras, Tomaz Neto, estava na área, mas se negou a dar entrevista. “Estou muito ocupado trabalhando, mobilizando pessoas”, disse, no final da tarde.
Havia a expectativa de que ao menos três casas na rua Guanabara fossem desocupadas.
Desmoronamento
A poucos quilômetros dessa área, na rua Lins Bahia, em uma área conhecida como “favela do Jacó”, a Defesa civil interditou 11 casas, após três delas terem desmoronado. “Cozinha, banheiro e quintal. Mais quatro casas correm o mesmo risco”, informou o agente da Defesa Civil, José Vanderli. “Nos fundos dessas casas tem um muro de arrimo, que serve de encosta. É aí que está o problema”, disse o agente. Os problemas, na área, começaram por volta das 16h.
Os desmoronamentos não deixaram feridos, mas deixaram em prantos a desempregada Lenice Patrício do Nascimento. A casa em que vivia há sete meses com o marido foi a primeira cair. “Ontem, as paredes e o chão já estavam rachados. Hoje eu puxei amáquina de lavar da área de serviço e tudo caiu (a área de serviço e a cozinha). Veio primeiro o teto e depois o chão e uma avalanche de lama e barro”, contou, com os olhos marejados. A casa era conjugada com a da irmã, que também desmoronou. “Só consegui salvar a geladeira, o fogão e a máquina de lavar roupas. Está tudo espalhado na casa dos vizinhos. Meu sofá e o meu quarto foram embora”, lamentou Lenice.
De acordo com agentes da Defesa Civil. “todas as áreas da cidade enfrentam problemas com as chuvas de hoje. A 50 metros da área em que houve deslizamento em areia preta, houve um novo deslizamento em mão Luiz e duas casas foram atingidas. Na Zona Norte de Natal, no loteamento Aliança, por trás do Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN), uma cratera com 5 metros de profundidade se abriu, disse o agente José Vanderli.
Shopping
Os problemas não ficaram restritos às ruas de Natal neste sábado. No shopping Midway Mall, a loja de roupas Renner fechou as portas após parte do teto ter cedido. Não há informações sobre problemas em outras lojas do shopping.
CONTEÚDO DO SITE DA TRIBUNA DO NORTE APENAS REPRODUZIDO POR ESTE BLOG
NA ÍNTEGRA:http://tribunadonorte.com.br/noticia/dois-edificios-e-50-casas-sao-evacuados-em-areia-preta-e-mae-luiza/284859
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