segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

À venda? Arena das Dunas está na mira de investidores internacionais

Uma das construtoras envolvidas na Operação Lava Jato, a empreiteira OAS, já estaria discutindo nos bastidores a venda de seus ativos fora do ramo da construção. E a Arena das Dunas, palco potiguar da Copa do Mundo, estaria entre bens colocados à disposição no mercado e com dois investidores internacionais interessados no estádio.
Uruguai e Itália se enfrentaram em duelo da Copa em Natal (Foto: Wellington Rocha)
Uruguai e Itália se enfrentaram em duelo da Copa em Natal (Foto: Wellington Rocha)
No início do ano, a agência de classificação de risco Fitch cortou a nota de crédito da OAS e suas subsidiárias para “C”, de “B+”, após a empresa deixar de pagar juros de uma emissão de dívida de 400 milhões de dólares com vencimento em 2021. O valor a ser pago era de 16 milhões de dólares. Em nota, a empresa já havia manifestado a intenção de venda de ativos.
“A companhia pretende apresentar um plano de reestruturação financeira a todos seus credores e também informou que adotou um plano de redução de despesas expressivo e estuda a venda de determinados ativos para reforçar sua liquidez”, afirmou a OAS que não precisou, na oportunidade, quais seriam os ativos colocados à venda.
Fontes ligadas à administração do estádio foram ouvidas pela reportagem do portalnoar.com e confirmaram a existência de propostas em fase de avaliação, mas sem prazo para definição sobre a venda. Não há confirmação, no entanto, se o estádio será de fato vendido ou se apenas o contrato de concessão da OAS Arenas será repassado a uma nova administração.
A primeira e favorita na concorrência para adquirir o estádio construído fruto de uma Parceria Público-Privada é a Stadion Amsterdam N.V, multinacional com sede na Holanda e com experiência reconhecida e responsável pela administração da Amsterdam Arena, casa do Ajax. A empresa ainda participa da gestão do Estádio Olímpico de Pequim (o Ninho do Pássaro) e da Arena Fonte Nova.
A outra empresa que corre por fora é a AEG, integrante do consórcio responsável por administrar o estádio do Maracanã através de concessão. É considerada a maior empresa de gestão de arenas do mundo. Em seu currículo estão, por exemplo, os ginásio Staples Center, do Los Angeles Lakers, e American Airlines Arena, do Miami Heat.
A OAS já negocia a venda da Arena Porto Alegre – há dois anos – com o Grêmio. A operação está prevista para ser concluída nos próximos meses e custará ao clube cerca de R$ 170 milhões, menos que os R$ 360 milhões inicialmente acordados com a empreiteira OAS devido a diminuição no custo da compra por conta da crise vivida pela construtora, investigada pela Operação Lava-Jato por suspeita de corrupção em obras da Petrobras.
Estádio tem sofrido com baixa média de público (Foto: Wellington Rocha)
Estádio tem sofrido com baixa média de público (Foto: Wellington Rocha)
Arena das Dunas
Palco de quatro partidas da primeira fase da Copa do Mundo, a Arena das Dunas, em Natal, foi inaugurada oficialmente em 22 de janeiro de 2014, em cerimônia que contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff, do secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, e da governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini.
A bola rolou pela primeira vez no dia 26, com os principais times do estado em campo. Uma rodada dupla reuniu América 2 x 0 Confiança-SE, pela Copa Nordeste, e ABC 2 x 0 Alecrim, pelo campeonato estadual. O ABC e o América, inclusive, fecharam acordo com a concessionária Arena das Dunas, gestora do estádio pelos próximos 20 anos, para mandar as partidas no local.
A nova arena é resultado de 29 meses de obras, com o início marcado pela demolição do antigo estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o “Machadão”, inaugurado em 1972 e que ocupava parte do terreno onde foi erguido o palco da Copa. Pelo local, passaram cerca de 4.500 trabalhadores, que ajudaram a construir o equipamento com capacidade para 42 mil torcedores (com 10,6 mil assentos removíveis). Os investimentos no projeto são de R$ 400 milhões, com R$ 396,5 milhões de financiamento federal via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

fonte: JHRN

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