sábado, 28 de fevereiro de 2015

Carro 'símbolo' da seca no Cantareira é retirado e artista grafita réplica

Vista da represa do Atibainha, em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira. O reservatório integra o Sistema Cantareira, que abastece mais de 6 milhões de pessoas na Grande São Paulo.  (Foto: EVELSON DE FREITAS/ESTADÃO CONTEÚDO)Grafite em pilastra na represa Atibainha. (Foto: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo)
Espécie de símbolo da seca do Sistema Cantareira, a carcaça de um carro, submerso na represa do Atibainha, em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, foi recentemente retirada da água. Nesta quinta-feira (26), o grafiteiro Mundano, que já tinha colorido o carro com os irônicos dizeres “Bem-vindo ao deserto da Cantareira”, fez uma nova intervenção na área.
“Eu não sei nem quem tirou. Mas tiraram o carro, ou seja, ficamos sem a referência para saber se o nível da água está subindo. O carro foi retirado, e eu coloquei ele de novo, só que pintado no pilar.”Ele reproduziu o desenho do automóvel em uma das pilastras. A ideia, segundo o artista, é que a obra possa continuar servindo à população como um medidor.
A estrutura do automóvel recepcionava quem visitava a represa. No final de janeiro, o veículo também foi usado como cenário de um clipe caseiro criado por integrantes de bloco de carnaval independente, o “Sereias do Cantareira.” A marchinha e o cordão foram catapultados na internet e viralizaram a imagem.
Carcaça de veículo é vista na represa do Atibainha, em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, nesta quarta-feira. O reservatório integra o Sistema Cantareira, que abastece mais de 6 milhões de pessoas na Grande São Paulo. (Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo)Carcaça de veículo na represa do Atibainha. (Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo)
Nesta quinta, o artista esteve na represa acompanhado de outros quatro grafiteiros. O grupo fez novos trabalhos nas pilastras. “Virou um ponto com vários desenhos que podem ajudar visualmente a população."
Mundano também revisitou outra obra que já tinha inserido no local.  Em meio ao solo rachado onde há dois anos havia água em abundância, o artista plantou um cacto com torneiras ao lado dos espinhos. Segundo ele, além de representar a seca, a planta remete ao povo brasileiro por sua força e vigor em ambientes pouco propícios à vida. “Continua em pé lá, vivo, aguentou e está super adaptado, com um broto de flor, virando o Rei da Cantareira.”
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Foto de terça (2) e publicada nesta quarta (3) mostra a instalação 'Deserto da Cantareira' feita pelo artista e ativista Mundano na represa Atibainha, parte do sistema Cantareira, em São Paulo. A cidade enfrenta a pior crise hídrica de sua história (Foto: Nacho Doce/Reuters)Foto de terça (2) e publicada nesta quarta (3) mostra a instalação 'Deserto da Cantareira' feita pelo artista e ativista Mundano na represa Atibainha, parte do sistema Cantareira, em São Paulo. A cidade enfrenta a pior crise hídrica de sua história (Foto: Nacho Doce/Reuters)
 fonte: G1

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