A intrincada eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, ocorrida na semana passada, pode ter acelerado o processo de cobranças ao governador Robinson Faria (PSD).
A fase da "legião da boa vontade" acabou, me dizia um parlamentar de oposição. Segundo ele, o governador, que não estabeleceu prazo para apresentar resultados, passará a ser cobrado nas áreas de saúde, segurança pública, investimentos, no reequilíbrio das contas do governo e nos assuntos relativos ao servidor.
Segundo o grupo de oposição, Robinson só pagou a folha de janeiro em dia porque avançou no fundo previdenciário. E o fundo é finito. Nesse mesmo ritmo, o fundo zera até setembro deste ano.
Na saúde, eu dizia no sábado, a oposição vai cobrar o birô de Robinson no hospital Walfredo Gurgel.
Na campanha eleitoral e depois dela, o governador prometeu dar expediente no Walfredo até dar solução aos antigos e crônicos problemas da unidade hospitalar.
Se entrar no hospital para dar expediente, Robinson Faria corre o risco de não sair de lá.
Robinson também prometeu aumentar a sensação de segurança da população. Não é o que se vê até agora. O número de homicídios nas primeiras semanas deste ano está um pouco acima do levantamento feito em igual período no ano passado. A situação se agravou em municípios como Parnamirim, Ceará-Mirim e São Gonçalo do Amarante, aponta o Conselho Estadual dos Direitos Humanos, que atualiza o Mapa da Violência.
O bloco de oposição na Assembleia tem cara e voz. Reforçado pela presença inesperada de José Dias (PSD), que acusa Robinson hoje de traição política, pecha que era um privilégio de Dona Wilma, o bloco é formado por Agnelo Alves (PDT), Tomba Farias (PSB), Kelps Lima (SDD), Ricardo Motta (PROS), Getúlio Rêgo (DEM) e por um discreto Raimundo Fernandes (PROS), que só não está com Robinson porque o deputado Galeno Torquato (PSD) não deixa. Galeno e Raimundo são adversários ferrenhos na região Oeste.
Portanto, a boa vontade em relação aos primeiros dias do Governo Robinson pode ter acabado.
O senador Garibaldi Filho (PMDB) já começou a tecer suas críticas ao governo instalado. Falta Henrique Eduardo Alves (PMDB) entrar em cena. Ele deve estar aguardando a lista de Janot sobre o petrolão. Se tiver fora dela, Henrique fica liberado para fazer política.
Olha, são impressionantes os dados do Datafolha sobre a queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT). O governo Dilma enfrenta os piores índices desde o início do primeiro mandato da presidente, em janeiro de 2011. A pesquisa Datafolha foi divulgada no sábado (7).
De acordo com o levantamento, 44% dos brasileiros consideram o governo ruim ou péssimo – eram 24% em dezembro. Com o índice atual, Dilma Roussef se aproxima muito da pior avaliação do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 1999, FHC enfrentou 46% de ruim/péssimo, também segundo o Datafolha.
Se os índices de reprovação aumentaram, os dados sobre a aprovação do governo da presidente Dilma apresentaram comportamento inverso: apenas 23% dos entrevistados consideraram o governo ótimo/bom. Em dezembro, 42% dos entrevistados faziam tal avaliação.
Os resultados vêm em meio à combinação do escândalo de corrupção na Petrobras e da piora da economia brasileira.
Segundo o Datafolha, 77% dos entrevistados acreditam que Dilma tinha conhecimento da corrupção na Petrobras: 52% afirmam que ela sabia e deixou que os desmandos ocorressem; 25% consideraram que Dilma sabia, mas nada podia fazer; 14% afirmaram que ela não sabia.
De cada dez entrevistados, seis consideram que a presidente mentiu durante a campanha eleitoral. Para 46%, ela falou mais mentiras que verdades, desses, 25% se dizem petistas. E, para 14%, Dilma só disse mentiras.
Ainda de acordo com o levantamento do Datafolha, a presidente obteve a primeira nota vermelha (4,8) após quatro anos no governo.
no mimnuto
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