Previsão da meteorologia é de chuvas até a próxima quinta-feira
transbordamento da lagoa de captação. Ônibus que tentou atravessar a Avenida
Capitão Mor-Gouveia, em Lagoa Nova, teve que ser rebocado por um trator. Foto: José Aldenir
Quem saiu de casa na manhã desta segunda-feira (04) teve que redobrar a paciência para enfrentar o trânsito congestionado e os inúmeros pontos de alagamentos provocados pelas chuvas que caíram desde a madrugada na Região Metropolitana de Natal. Carros de pequeno porte que tentaram atravessar as ruas inundadas acabaram danificados e alguns tiveram que ser rebocados, como na Avenida Jaguarari, em Lagoa Nova.
Moradores de um trecho da Avenida Capitão Mor-Gouveia improvisaram diante da inundação e usaram um bote inflável para conseguir sair de dentro de casa sem ter que enfrentar o alagamento e a água suja. Em outro trecho da via, o motorista de um ônibus que fazia a linha 30 – Felipe Camarão-Pirangi, tentou atravessar a parte alagada, mas o veículo não suportou e quebrou dentro d’água. O ônibus teve que ser puxado por um guincho e os passageiros ficaram na calçada, aguardando um outro veículo para seguirem viagem.
Próximo ao cruzamento das avenidas Prudente de Morais e Nascimento de Castro, também em Lagoa Nova, estabelecimentos foram invadidos pela inundação e os funcionários, obrigados a limpar os locais após o nível da água baixar, por volta das 10h. Quem passou pelo trecho também teve que redobrar a atenção por causa dos buracos, que ficaram encobertos debaixo da chuva.
Na Avenida da Integração, o mecânico Edmilson Pereira por pouco não conseguiu chegar ao emprego, próximo à lagoa de captação. O reservatório transbordou e invadiu o leito da via, fazendo com que os motoristas desavisados tivessem que dar a volta no quarteirão para fugir do ponto crítico. Ele disse que sempre que chove, a situação se repete, já que o local também recebe muito lixo.
“Toda vez que chove é a mesma coisa, essa lagoa enche e transborda, inundando a rua e impedindo a passagem dos veículos e pedestres. Ainda tem gente que tenta atravessar, mas só consegue quem tem carro grande. Infelizmente, mesmo assim, ninguém nunca fez nada para resolver essa situação e a gente é quem sofre”, desabafou.
O alagamento no cruzamento da Avenida Salgado Filho e a Rua Almeida Barreto fez com que os motoristas fossem obrigados a reduzir a velocidade para atravessar o trecho inundado. Isso contribuiu para o congestionamento do trânsito até a altura do shopping Via Direta. Já no sentido Centro/Zona Sul, uma batida envolvendo um caminhão e um carro de passeio, sem feridos, também atrapalhou o fluxo de veículos. De acordo com a Defesa Civil não houve nenhum tipo de ocorrência durante a manhã de hoje, mas as equipes do órgão devem continuar de prontidão.
Tensão em Mãe Luíza
Para os moradores que residem próximos à cratera que se abriu em Mãe Luíza no mês de junho passado, a tensão nos dias de chuva é permanente. Esse é o caso da dona de casa Maria do Céu de Souza, que disse que não consegue relaxar quando o tempo fica chuvoso, por medo de que ocorram novos deslizamentos de terra.
“Infelizmente, não temos sossego, nem tranquilidade para dormir. Minha irmã fica aqui na minha casa, tomando conta para evitar arrombamentos, mas ela sempre me avisa quando começa a chover, com medo de que uma nova tragédia aconteça, como naquele dia em que ocorreu o deslizamento”, desabafou. Apesar das chuvas, a situação do terreno próximo à cratera é estável e não há risco de novos desabamentos.
De acordo com o Climatempo, a previsão é de tempo bastante nublado, com pancadas de chuvas durante todo o dia, principalmente à noite, até a próxima quinta-feira (07), com temperatura mínima de 21 graus. A umidade do ar deve atingir 93% ainda hoje e tende a diminuir nos próximos dias, atingindo 89% nesta terça-feira e 92 nos demais dias.
do JHRN
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