quarta-feira, 26 de setembro de 2012

VICIADO ERA MANTIDO EM CARCERE


Traficante mantinha viciado em cárcere até a família pagar a conta
DEU NO  DEFATO.COM

Baraúna e Padaria mantinha o menor em cárcere privado por não ter dinheiro para pagar pedras de c
Andrey Ricardo/Da Redação
redacao@defato.com

Cinco adolescentes foram apreendidos e dois adultos fo-ram presos ontem à tarde por manterem um técnico em in-formática refém dentro de uma casa no bairro Paredões (zona norte). A vítima é usuária de drogas e ficou presa porque estava devendo algumas pedras de crack. Em troca de sua liberdade, o grupo cobrou R$ 200,00, um cordão de ouro e um revólver. A ação foi descoberta por acaso. A casa que foi usada para o cárcere vinha sendo investigada como ponto de drogas e foi abordada ontem devido ao grande movimento.
Os dois adultos presos são José Antônio Ferreira de Sousa, o “Padaria”, e Maria de Fátima Moura, a “Baraúna”. O primeiro era o dono da casa que foi usada para o cárcere e também funcionava como ponto para venda de entorpecentes, que fica na rua Anatália de Melo Alves, Paredões, enquanto a segunda ficou responsável pelo recebimento do dinheiro co-brado pelo grupo: R$ 200,00.
De acordo com o delegado Denys Carvalho da Ponte, a vítima, que tem 24 anos e tra-balha como técnico em com-putação, fez o primeiro conta-to com o pai pela manhã. A ligação foi por um dos adolescentes, que tem 15 anos e é apontado pela polícia como o responsável pela boca-de-fumo.
No primeiro contato, o jo-vem pediu os R$ 200,00, um cordão de ouro e um revólver. Ele já vinha pressionando a vítima havia vários dias e ontem a fez refém, exigindo pagamento para poder soltá-la. Sem o cordão de ouro e muito menos a arma, o pai do rapaz sugeriu que fosse feito somente o pagamento em dinheiro. O adolescente aceitou e mandou Maria de Fátima Moura, a “Baraúna”, ao encontro da vítima.
O acordo era que ela levaria o dinheiro e o adolescente liberaria o refém. No entanto, passados dez minutos, o pai resolveu sair à procura do filho. Percorreu várias ruas. Nesse intervalo, uma equipe da Delegacia de Narcóticos (DENARC) já havia “estourado” o local onde estava o refém.
Segundo Denys, a operação ocorreu por um acaso. Eles não tinham conhecimento sobre o ocorrido e resolveram fazer a abordagem na casa por suspeitar que algo de errado estaria ocorrendo. A movimentação atípica chamou a atenção.
Depois que todos que esta-vam no local foram presos é que a vítima informou que es-tava mantida presa. Além do adolescente que fez toda a ne-gociação, foram apreendidos outros quatro, todos de 17 anos, entre eles uma menina.
Diante de todo o ocorrido, o grupo vai responder por trá-fico de entorpecentes, associa-ção para o tráfico de entorpe-centes, utilização de adolescen-te para o tráfico de drogas, cárcere privado e extorsão. Denys adiantou que podem ainda responder também pelas ameaças, caso as vítimas representem.
Durante as ligações que fo-ram feitas durante toda a tarde de ontem, o adolescente ameaçava constantemente o pai da vítima, dizendo que o mataria.

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