segunda-feira, 3 de setembro de 2012

SEM INFRAESTRUTURA

Distritos industriais não têm infraestrutura básica




DEU NODNONLINE
 (Ana Amaral/DN/D.A Press)
Trinta e três empresas operando, cinco mil empregos gerados, R$ 3,1 milhões arrecadados via Proadi (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial), escuridão, insegurança e muita poeira. O contraste entre números e problemas compõe as realidades do Centro Industrial Avançado (CIA) e do Distrito Industrial de Macaíba (DIM). Criados por leis do meio para o fim da década de 1990, os dois polos localizados no município de Macaíba, na Grande Natal, nunca tiveram a infraestrutura básica à disposição. Antigas queixas dos empresários instalados na região, os problemas da falta de pavimentação, iluminação e policiamento geram incômodos, custos extras e travam investimentos.

Embora ainda não tenha perspectivas de ser pavimentado, o CIA, de propriedade do Estado, teve redes de esgotamento sanitário, abastecimento de água e estação de tratamento construídos em 2007. Já no DIM, que pertence ao Município, nada foi feito. Está atualmente em negociação o projeto de uma estrutura de tubulação que tem de ser feita antes do calçamento do centro. As estradas de areia se estendem pelas ruas marginais entre a BR-304 e as indústrias do Centro Industrial, que tem como âncora a fábrica da Coteminas. No Distrito Industrial, o areial é visto tanto na rua em frente à fábrica da Coca-Cola até os acessos para as demais fábricas que ficam por trás da indústria de refrigerantes.

O diretor da Condimentos Sadio e componente da Associação das Empresas do Polo Industrial de Macaíba (Aspim), Sandro Peixoto de Lima, relata que o terreno dificulta o tráfego de caminhões no DIM. Em época de chuva a areia vira lama, incluindo os atoleiros na rotina do transporte de cargas. Em uma das ruas laterais da fábrica da Coca-Cola, assaltantes costumam fazer tocaia no matagal aguardando a oportunidade para assaltarem os trabalhadores que deixam as empresas no fim do dia. A ausência de iluminação agrava ainda mais a situação. "Sabemos que muitas indústrias não investem mais devido à falta de infraestrutura básica", ressalta Peixoto.

A preocupação aparece nas palavras tanto de empresários quanto funcionários. O diretor da DVN Vidros, Jairo Galvão, conta que o percurso inadequado até a BR-304 chega a causar a quebra de produtos mais frágeis. A empresa produz e distribui vidros do Ceará até o Pará. "É uma dificuldade para arrumar esse pequeno pedaço de chão. Estamos esquecidos aqui", afirma Galvão, que tem hoje 50 funcionários trabalhando e aguarda a ampliação do orçamento do Proadi para aumentar a capacidade de produção. Como solução paliativa para o trajeto, a prefeitura de Macaíba realiza serviços de terraplanagem nas estradas de areia.

Por trabalhar com manutenção de equipamentos na Condimento Sadio, o funcionário Sérgio Félix, 20, eventualmente deixa a fábrica quando já está escuro. "Aconteceu duas vezes de alguns carros me perseguirem. Uma vez consegui despistar de moto e outra me refugiei na Coca-Cola", diz Félix, que evita a rua marginal próxima ao matagal depois das 18h. "Prefiro pegar a BR e percorrer cinco quilômetros em segurança", explica. A questão do horário também gera prejuízos para algumas empresas. De acordo com o diretor da Aspim, Sandro Peixoto, as fábricas precisam se adequar para liberar os funcionários até o fim da tarde em virtude da insegurança.

Já o diretor da indústria de doces Candy Pop, Thiago Gadelha, conta que o fator acessibilidade foi reprovado em três audiências internacionais realizadas na empresa. "O acesso é uma não conformidade para uma indústria de alimentos que vende de 70% a 80% de sua produção para os Estados Unidos. Não é o ambiente adequado", acrescenta o empresário. Gadelha lembra ainda que no início do funcionamento da fábrica, em 2010, o governo garantiu que a pavimentação estava prestes a ser licitada. "Com base nisso fomos aprovando o projeto da fábrica. Não é algo decisivo, mas ficamos sempre nessa não conformidade do acesso", conclui. 
 
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