"Direitos Humanos e Segurança Pública: diálogos possíveis”. Esse foi o tema do I Seminário Angicos em Debate que é uma promoção do Diretório local do PSOL em parceria com a Fundação Lauro Campos. A atividade que reuniu mais de 40 pessoas de vários setores da sociedade angicana ocorreu na tarde deste sábado (21) na Escola Estadual José Rufino e serviu para a formulação de propostas para o programa político do partido assim como o aprofundamento das discussões em torno da problemática da segurança.
O evento foi dirigido pela acadêmica de UFERSA, Bárbara Ruane, que está a frente da Secretaria de Direitos Humanos do PSOL em Angicos. O acadêmico da UNP Neto Monteiro e o professor da UFERSA, Marcos Vinicius, ambos militantes do PSOL, fizeram parte da mesa de abertura do evento e saudaram os presentes frisando a importância do debate. “Nosso partido quer o dialogo aberto com a sociedade” – resumiu Neto Monteiro.
Na mesa do debate estiveram o Cabo Ramos Costa da reserva da Política Militar, o soldado e presidente da ONG CHIELD, Félix, e o historiador e diretor de Instituto de Estudos Estratégicos do Rio Grande do Norte (IEE-RN), Modesto Neto. Os representantes da policia falaram dos problemas da segurança no Brasil, no Rio Grande do Norte e na cidade. Ambos repudiaram a formação da PM baseada na violência que “visa quebrar o policial no quartel para que ele quebre os outros na rua” como frisou o Cabo Ramos Costa. Por sua vez, Félix frisou ser a favor da desmilitarização da polícia militar e apresentou número de ocorrências na cidade.
Reconhecendo o policial como um trabalhador precarizado, Modesto neto não poupou duras criticas ao Estado e a formação “para exterminar” da policia militar. “Quando o policial mata um jovem, negro e pobre na favela, o Estado puxa o gatilho junto”. O historiador defendeu “um novo modelo de segurança” onde haja salário digno, condições de trabalho e formação humana para a policia, mas também um sistema carcerário que “não seja um inferno e respeite os direitos fundamentais”. Localmente Modesto propôs a instalação da Guarda Municipal Cidadã e a instituição de um Observatório da Violência na UFERSA.
Após a explanação inicial da mesa foi seguido de um longo e intenso debate sobre as questões levantadas. Doze intervenções foram feitas e várias propostas apresentadas como a instituição do Conselho de Segurança, monitoramento por câmeras e iluminação nos bairro mais afastados do centro. Os estudantes universitários e todos os presentes foram certificados pela Fundação Lauro Campos. Este foi o primeiro seminário de outros que se seguiram em outras áreas temáticas como saúde e educação.
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