O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta quarta-feira (13) que a campanha de 2014 da presidente Dilma Rousseff, da qual ele foi tesoureiro, recebeu doação de R$ 7,5 milhões da empreiteira UTC, de propriedade do empresário Ricardo Pessoa, mas ressalvou que a doação foi legal.
Nesta quarta, o empresário, que está em prisão domiciliar em São Paulo, viajou para Brasília, a fim de assinar acordo de delaçãopremiada com o Ministério Público. Pessoa é apontado pelo MP como chefe de um cartel de empresas que pagava propina para fraudar licitações e superfaturar contratos na Petrobras.
No último fim de semana, o jornal "Folha de S.Paulo" informou que Pessoa disse a procuradores da Operação Lava Jato ter doado R$ 7,5 milhões à campanha à reeleição de Dilma, por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras se não contribuísse. De acordo com o jornal, Pessoa afirmou que a contribuição da empresa foi tratada diretamente com Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição.
O ministro afirmou que o valor doado pela empreiteira foi declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O que eu fiz foi arrecadar dentro da legalidade enquanto tesoureiro de campanha. As doações foram legais, declaradas ao TSE”, disse nesta quarta-feira após participar de audiência pública na Câmara.
Edinho Silva afirmou que esteve três vezes com Pessoa, mas negou que ele tenha comentado sobre receio de perder contratos com a Petrobras. “Eu estive com ele três vezes. Isso é público e eu sempre estive debatendo a campanha da presidente Dilma e pedindo arrecadação como qualquer outro tesoureiro de campanha”, disse.
Silva declarou que cumpriu “uma função como outros que trabalharam nas campanhas em outras candidaturas também cumpriram” e disse garantir que a atuação dele se deu dentro da legalidade.
“A campanha da presidenta Dilma foi auditada como nenhuma outra campanha foi auditada na história eleitoral brasileira, e a campanha teve suas contas aprovadas por unanimidade pelo TSE”, afirmou.
Para Edinho Silva, o ônus da prova é de quem acusa. “O que eu penso é que no Brasil tem um princípio constitucional de que quem acusa tem o ônus da prova. [...] O que garanto à sociedade brasileira é que a campanha da presidenta Dilma arrecadou como todas as demais campanhas eleitorais, dentro da legalidade”, disse.Edinho Silva atribuiu a suspeita de ilegalidade nas doações da campanha ao "momento de embate político". “Eu penso que estamos vivendo um momento de embate político no país, isso é natural da democracia. O que eu espero é que a verdade venha à tona o mais rápido possível para que a gente possa saber o que é declaração infundada e o que é verdade, para que a gente possa sair dessa esfera de criminalização da política, porque isso é ruim para a democracia”, afirmou.
FONTE: PORTAL G1
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