O hedonismo dos festivais de rock ao ar livre, a celebração da vida alternativa e do amor livre são algumas características dos anos 1970. E um dos principais nomes desta época, no Brasil, foi Raul Seixas (1945-1989). Líder do movimento “Sociedade Alternativa”, uma utopia idealizada por ele e jamais realizada, que tinha como objetivo seguir os preceitos de Aleister Crowley e da sua Lei de Thelema: "Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei."
Com tanta liberdade de expressão, é de se esperar que o cantor seguisse os mesmos conceitos “livres” para educar sua filha, Vivi Seixas. No entanto, a DJ surpreendeu ao dizer que Raul não era tão liberal quanto se imagina. “Apesar dele ser roqueiro, era baiano e muito careta”, contou ela, nos Bastidores do Paparazzo em homenagem ao Dia do Rock, que é celebrado no próximo domingo, 13.
Ao posar sensual para o ensaio, com inspiração no folk, Vivi se surpreendeu ao ser perguntada como seu pai reagiria ao ver as fotos dela. “Nossa, que pergunta viagem. É difícil imaginar, né? Acho que ele ia me dar a maior força. Ia dar umas ideias”, disse ela.“Minha mãe que não ficou muito feliz, não. Eu disse que sensual não é o mesmo que sexual. Tive de convencê-la (risos)”.
A mãe de Vivi, a empresária Kika Seixas, também fazia jogo duro durante a educação da filha. “Ela não me deixava ficar sozinha em casa com meninos. Quando namorado dormia lá, tinha de ir para o escritório. Teve um dia que fingimos que caímos no sono e não adiantou. Ela me acordou e me mandou ir para o quarto. Com meu primeiro namorado, quando tinha 15 anos, ela fez questão de conhecer os pais dele e ainda só deixava eu voltar, no máximo, até 21h30. Mas não adiantou muita coisa...Eu mentia para ela e fazia muita coisa errada”, lembrou Vivi, que perdeu o pai aos oito anos de idade - atualmente, ela está com 33.
'Não é um fardo'
Ao contrário de muitos herdeiros, Vivi Seixas conta que não se incomoda por falar do pai e ser sempre associada ao nome dele. “Não me importo com isso e tenho o maior orgulho de ser a filha de Raul Seixas. É claro que quando comecei a tocar como DJ fiz questão de ser boa. O nome abre portas, mas tem de correr atrás”.
Com uma legião de fãs calorosos – quem nunca escutou a frase “Toca Raul” em um show? -, Vivi diz que ser filha do músico pode ser também complicado. “Não é um fardo, mas é uma responsabilidade muito grande. Algumas pessoas vão em uma apresentação minha e esperam que eu seja tão genial quanto o meu pai foi. E, na boa, isso é impossível. Acho que herdei o bom gosto musical, mas a genialidade dele é só dele”.
No meio de um ensaio sensual, não dá para deixar de perguntar se a DJ por acaso já se envolveu com algum fã de seu pai. “Nunca fui para cama com um fã do meu pai. Pelo menos, não que eu saiba”. No entanto, ela acredita que o título pode dar uma intimidada nos homens. “Quando estou tocando, parece que tem uns caras que ficam com medo de chegar perto de mim. Acho que por ser filha do Raul seixas, podem ficar intimidados. Além disso, sou tatuada, tenho cabeça raspada... Dependendo do cara, se assusta”.
fonte:MEIONORTE
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